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Novo confinamento: “Médicos dentistas têm todas as condições para manter a sua atividade”, assegura Bastonário ao JE

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) volta a defender que as clínicas e consultórios de medicina dentária devem continuar a funcionar normalmente mesmo que o Governo venha a decretar um novo confinamento geral no país. Em declarações ao JE, Bastonário assegura que se no início da pandemia a medicina dentária foi considerada uma área de risco, hoje, 10 meses passados, os médicos dentistas “estão bem preparados e são importantes no combate” à Covid-19.
11 Janeiro 2021, 17h30

Perante um novo confinamento geral que deverá entrar em vigor ainda esta semana, o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) assegurou ao Jornal Económico que “os médicos dentistas têm todas as condições para manter a sua atividade e continuar a atender os seus doentes em segurança”. Miguel Pavão defende que quase um ano depois do primeiro confinamento os médicos dentistas estão “bem preparados e são importantes” no combate à pandemia.

“Se no início da pandemia a medicina dentária foi considerada uma área de risco, hoje, 10 meses passados, constatamos que os médicos dentistas estão bem preparados e são importantes no combate à pandemia”, afirmou ao JE o Bastonário da OMD, destacando que o acesso e as reservas logísticas de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) “não apresentam os mesmos problemas do início desta pandemia” e que “os protocolos definidos estão a funcionar de forma eficaz, garantindo segurança na atuação dos médicos dentistas”.

Miguel Pavão conclui: “os doentes podem continuar a realizar as suas consultas nas nossas unidades de saúde sem receios. Seguindo os procedimentos necessários e marcando as suas consultas atempadamente”. Frisa aqui que a saúde oral “é essencial” e que para reforçar ainda mais a segurança dos médicos dentistas, das suas equipas e dos seus doentes, a OMD tem alertado o Ministério da Saúde e a task force para o Plano de Vacinação Contra a Covid-19 para a importância de vacinar os médicos dentistas ainda durante a primeira fase.

A este respeito, a OMD deu conta, em comunicado neste domingo, 10 de janeiro, que “as reuniões já realizadas com ambas as instituições mostram que há atrasos na implementação do plano e dificuldade em adquirir vacinas devido à forte procura mundial”. Ainda assim, prossegue, “a OMD tem insistido que médicos dentistas, higienistas e auxiliares sejam vacinados, devendo-se utilizar critérios de priorização também pelo factor da idade”, dando conta de que a OMD já mapeou todos os médicos dentistas passíveis de serem vacinados nos centros de saúde que é, até agora, a única opção do Governo para realizar a vacinação.

A manutenção em funcionamento das clínicas e consultórios de medicina dentária mesmo que o Governo venha a decretar um novo confinamento geral no país é, assim, defendida por Miguel Pavão numa altura em que se aguardam as novas medidas de combate à pandemia que deverão entrar em vigor a partir de quinta-feira, num modelo semelhante ao que existiu em março e abril, mas sem fecho de escolas e com exceção para votar nas Presidenciais.

Os detalhes só serão conhecidos nesta quarta-feira, mas o comentador televisivo Luís Marques Mendes já sinalizou que com o novo confinamento geral os dentistas não encerrarão atividade. Nas habituais notas da semana de Marques Mendes no seu comentário na SIC, avançou neste domingo, 10 de janeiro, que no novo confinamento geral com início na próxima quinta-feira, provavelmente de um mês – 15 dias, renovados por mais 15 dias, com algum alívio na segunda quinzena – semelhante ao de Março/Abril além das exceções das escolas, os dentistas também “não encerrarão atividade”.

Reiterados “sinais de extrema confiança”

A posição da OMD já foi manifestada anteriormente junto do Ministério da Saúde e do Presidente da República. Em outubro do ano passado, perante a escalada de novos casos da Covid-19, e no âmbito de uma série de encontros com o Chefe de Estado, o bastonário da OMD disse ter comunicado a Marcelo Rebelo que esta classe profissional foi “afetada” pela pandemia, desde o seu início, mas há “sinais de extrema confiança” na classe, porque a taxa de infeção entre os médicos dentistas é “muito baixa” face à média nacional.

“Os médicos dentistas são das classes profissionais mais bem preparadas para lidar com a pandemia. Têm grande experiência no controlo de infeções e, apesar da medicina dentária ser considerada uma das profissões de maior exposição ao vírus SARS-CoV-2, o número de casos de Covid-19 em médicos dentistas é muitíssimo reduzido, quer em Portugal quer nos restantes países da Europa ou nos EUA”, avança agora em comunicado a OMD.

Segundo esta Ordem, se em março, aquando do primeiro confinamento, o conhecimento do vírus SARS-CoV-2 era parco, hoje os médicos dentistas “dispõem de informação e conhecimentos suficientes para garantir a segurança dos seus doentes”.

Tal como em outubro do ano passado, a Ordem reitera que a falta de equipamentos de proteção individual, que tanto afetou todo o sector da saúde no início da pandemia, também está resolvida, destacando que a saúde oral é essencial para a saúde em geral e nada deve impedir os doentes de se deslocarem às consultas de medicina dentária, podendo manter-se consultas com marcação prévia.

A OMD frisa ainda que “a experiência dos médicos dentistas pode contribuir, e muito, para limitar a propagação do novo coronavírus junto da população”, dando conta de que os médicos dentistas estão a colaborar com a linha SNS 24, liderando equipas e dando um contributo “muito elogiado” por todos.

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