Começo neste artigo uma nova participação digital no Jornal Económico nesta sessão denominada de Opinião. Faço-o num momento decisivo para o nosso país. Um momento em que somos impulsionados a dar respostas à pandemia, com a experiência do passado, mas a olhar para o futuro.

Desde março de 2020 que vivemos uma crise sanitária e Economia e Saúde não podem ser incompatíveis. Nesse sentido, como resposta económica e social à pandemia, foram atribuídos mais de três mil milhões pagos em apoios diretos às famílias portuguesas, mais de 10 mil milhões de euros de créditos às empresas e mais de 900 milhões de euros do Programa APOIAR, o que permitiu que, por exemplo, o impacto sobre o emprego em Portugal fosse muito inferior em relação a outras economias, estando a taxa de desemprego em cerca de 7%.

Falando das respostas para o futuro, tenho que falar do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, um ponto fulcral para a recuperação económica e social do nosso país. Portugal foi o primeiro país com o PRR aprovado. São 13,9 mil milhões de euros em subvenções diretas, em três pilares fundamentais: Transição digital, Transição Climática e Resiliência. O PRR prevê ainda um apoio indireto ao setor empresarial de 2,7 mil milhões de euros. Somam-se mais de 33 milhões do novo Quadro Comunitário de Apoio e com o remanescente de mais de 10 mil milhões de euros do Portugal2020.

A importância dos apoios económicos e sociais na recuperação económica e na resposta a esta pandemia, numa altura em que muitas pessoas se encontram numa situação difícil, é a resposta à pandemia que o país precisa para encontrar novas soluções para o futuro. Se dúvidas ainda há em matéria de respostas à pandemia – porque muitos ainda insistem em não ver o óbvio plasmado em números – destaco o reforço que o Governo fez, ainda no âmbito do PRR, na capitalização das empresas e onde se prevê uma injeção de cinco mil milhões de euros diretamente nas empresas.

Ainda falando de futuro, importa destacar a aposta ambiental que o PRR faz identificando a eficiência energética dos edifícios como uma prioridade para a recuperação económica, alinhada com a transição climática, de acordo com os objetivos do Pacto Ecológico Europeu, com uma dotação de global da 2ª Fase do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis de 30 milhões de euros. O tema do banco verde, mas também o do mercado de capitais verde, são temas que devem ser tratados adequadamente, com o devido alcance, uma vez que são temas cruciais.

Tempos difíceis são um convite ainda maior para que saibamos aproveitar as oportunidades. Todas estas respostas são imprescindíveis para o combate às dificuldades que atravessamos, em virtude de uma crise sanitária que teve reflexos em todos os sectores.

2021 é também o ano em que vamos ter eleições autárquicas, um importante momento para a democracia. O poder local é o poder mais próximo dos cidadãos e este é o momento de escolher quem irá governar cada território numa política de enorme proximidade. Todos devem participar com a sua escolha.

Uma nota final. Temos que saber aproveitar estas medidas, e não as desperdiçar em investimentos não reprodutivos. Há um sentimento de resiliência e esperança que nos impulsiona a avançar para que os tempos difíceis sejam, cada vez mais, deixados definitivamente para trás.