[weglot_switcher]

“Novo modelo de supervisão prejudica mercado de capitais”, defende CEO da Euronext Lisbon

Isabel Ucho afirma que a proposta de lei não é muito clara relativamente à forma como o financiamento das novas entidades vai ser feito.
  • Cristina Bernardo
5 Abril 2019, 08h49

A presidente da Euronext Lisbon considera que a proposta do Governo para a reforma da supervisão financeira vai trazer complexidade, morosidade custos, dificultando a tarefa de dinamizar o mercado. Em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago), Isabel Ucha argumenta que, quando se criam entidades é mais difícil, depois, extingui-las.

“A reforma da supervisão vai no sentido contrário àquilo que nós entendemos que deve ser o modelo de supervisão, porque se afasta das pessoas reais e das empresas reais ao introduzir uma complexidade adicional no processo de decisão, uma morosidade adicional decorrente do facto de haver mais entidades envolvidas, e cria mais imprevisibilidade”, afirmou.

“Vamos ter um modelo com seis entidades de supervisão (…). Não conheço nenhum outro país com esta complexidade e profusão de entidades de supervisão”, explicou Isabel Ucha, em declarações ao semanário. A responsável da Euronext considera que “falta uma reflexão profunda que não foi feita, sobre a natureza dos problemas que se pretendem solucionar”.

A CEO da Bolsa de Lisboa lembra ainda que já recaem taxas de supervisão diretas de um valor que ascende a 1.258.125 euros/ano, as quais representam quase 10% dos seus custos anuais. O valor em causa resulta de um aumento de 40% destas taxas, implementado em 2016, sendo que as taxas de supervisão sobre o mercado de capitais sofreram novamente uma subida no ano passado.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.