Existe um novo movimento contra as construções na capital portuguesa. “Lisboa Precisa” foi criado por Carlos Marques, antigo vice-presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, e Fernando Nunes da Silva, antigo vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa.
Com a construção de diversos projetos imobiliários, o movimento diz que a capital portuguesa corre o risco “de matar a galinha de ovos de ouro do turismo”
Em entrevista à agência Lusa, Carlos Marques afirmou que a criação do movimento se prendeu pois “há muita coisa errada na cidade de Lisboa e o caminho que está a seguir a cidade de Lisboa”, sendo que este caminho pode levar à descaracterização da capital.
Para já, o único objetivo é alertar os cidadãos para o que a cidade precisa. “Hoje, Lisboa está a ser comandada pelos grandes interesses económicos globais”, que estão a investir milhões de euros na cidade “para construir torres, transformar a cidade numa cidade descaracterizada que não seja a cidade antiga e, com isso, corre-se o risco de matar a galinha de ovos de ouro do turismo”, assumiu.
O ‘Lisboa Precisa’ deverá organizar debates temáticos sobre os mais variados temas, que deverão englobar o ambiente, aeroporto, urbanismo, transportes e mobilidade, após as eleições legislativas. Além de Carlos Marques e de Fernando Nunes da Silva, Pedro Soares e Jorge Falcato do Bloco de Esquerda, o politólogo André Freire, Otelo Saraiva de Carvalho, geógrafo Jorge Malheiros. e a historiadora Raquel Varela são outros subscritores deste movimento.
O movimento critica vários projetos, como a construção da Torre de Picoas, o projeto desenhado para o quarteirão da Portugália na Avenida Almirante Reis, a construção de “edifícios imponentes” na Praça de Espanha e o licenciamento do projeto para Entrecampos.
Além destes, “somos contra a expulsão violenta dos lisboetas das suas casas, para colocar Lisboa no topo do alojamento local, tornando Lisboa uma cidade cada vez mais para ricos e turistas”, avança o grupo na sua página do Facebook. “Somos contra o perdão de dois milhões de euros de IMT e IMI a um fundo especulativo, só por recuperar um edifício na Avenida da Liberdade”.
“Somos contra a existência de uma empresa de carácter privado, mas com capital 100% da Câmara Municipal de Lisboa, que actua como uma Câmara dentro da Câmara, mas com plenos poderes urbanísticos sem controlo do plenário da Câmara Municipal e do órgão soberano do controle do município, a Assembleia Municipal de Lisboa”, acrescentam.
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