O recém-empossado primeiro-ministro da Gronelândia, Jens-Frederik Nielsen, líder do partido Demokraatit, garantiu que os Estados Unidos não irão conseguir anexar o território. “Não pertencemos a ninguém”, afirmou, para reforçar que a causa da região é a independência. “O presidente Trump diz que os Estados Unidos ‘vão ficar com a Gronelândia’. Deixem-me ser claro: os Estados Unidos não vão ficar com a Gronelândia. Não pertencemos a ninguém. Nós decidimos o nosso próprio futuro”, afirmou, numa publicação nas redes sociais.
Trump repetiu o seu desejo de assumir o controlo da Gronelândia numa entrevista à NBC News no passado sábado, dizendo: “Vamos ficar com a Gronelândia. Sim, 100%”. O presidente norte-americano disse ainda que há uma boa possibilidade de os Estados Unidos poderem tomar a ilha “sem força militar” garantindo, no entanto, que nenhum cenário está excluído. Trump convocou mesmo a ajuda do secretário-geral da NATO, o neerlandês Mark Rutte, para a ajudar nessa vontade. Como está bom de ver, Rutte nunca expressou qualquer pensamento sobre o assunto.
Nielsen, de 33 anos, tomou posse na sexta-feira, depois de o seu partido de centro-direita ter vencido as eleições do início de março. Na sua primeira conferência de imprensa como líder do território, apelou, citado pela agência Euronews, à unidade política para combater as pressões externas. Nielsen tem feito campanha para que a Gronelândia alcance a independência da Dinamarca, que detém uma espécie de protetorado sobre o território.
O primeiro-ministro tomou posse poucas horas antes da visita ao país de uma delegação norte-americana de alto nível, chefiada pelo vice-presidente, JD Vance – quando inicialmente deveria ter sido representado pela sua mulher. O vice-presidente não terá saído do perímetro da base onde aterrou, o que conferiu ao assunto um lado caricatural que com certeza não estava na agenda de Vance. Durante a visita ao posto avançado Pituffik, da Força Espacial dos Estados Unidos, Vance criticou a Dinamarca por não estar a fazer um “bom trabalho” pelo povo da Gronelândia. “Investiram pouco no povo da Gronelândia e na arquitetura de segurança desta incrível e bela massa de terra”, afirmou Vance”.
Os comentários foram recebidos com críticas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, que disse que o país está “aberto a críticas” mas “para ser sincero, não gostamos do tom com que estão a ser feitas”. “Não é assim que se fala com os nossos aliados próximos e eu continuo a considerar a Dinamarca e os Estados Unidos como aliados próximos”, afirmou Rasmussen, igualmente citado pela Euronews.
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