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“Novobanco? A nossa preferência é o crescimento orgânico”, destaca nova CEO do Bankinter

Ao contrário do que acontece na banca portuguesa, no geral, o rácio de transformação de depósitos em crédito (loan-to-value) é de 120%, o que significa que para emprestar dinheiro o Bankinter Portugal recorre em 20% a outras fontes de financiamento que não os depósitos. Apesar disso o banco espanhol não quer crescer por aquisições em Portugal.
Bankinter
18 Abril 2024, 12h27

A administração do Bankinter voltou a dizer esta quinta-feira que não está interessada em estudar a compra do Novobanco, por ser um banco “muito grande”, e mantém a estratégia de crescimento orgânico.

No entanto, na apresentação dos resultados do grupo espanhol a nova CEO, que sucede a María Dolores Dancausa, Gloria Ortiz, admitiu que a nível global se estudam oportunidades, mas “a nossa preferência é o crescimento orgânico”. Donde se conclui que o Bankinter pode ainda crescer por aquisições noutros mercados, mas definitivamente não em Portugal.

A segunda geografia mais relevante do grupo Bankinter é Portugal, onde o banco (sucursal) registou um crescimento em todas as rubricas da conta de resultados. O resultado antes de impostos do Bankinter Portugal foi de 47 milhões de euros, traduzindo um aumento de 9%.

A margem financeira subiu 21% face ao trimestre homólogo do ano anterior para 67 milhões de euros. Já as comissões cresceram 7% para 18 milhões de euros.

Os custos subiram 9% para 25 milhões de euros.

O número de colaboradores em Portugal aumentou 5% no primeiro trimestre, fixando-se num total de 830 pessoas.

O rácio de eficiência em Portugal fixou-se em 30,4%.

Quando se olha para os resultados antes de provisões verifica-se que cresceram 17% para 58 milhões de euros.

O Bankinter Portugal subiu em 71% as provisões para riscos, para 11 milhões de euros, ou seja, aumentou cinco milhões de um ano para o outro a reserva para fazer face aos riscos.

Na apresentação, Gloria Ortiz explicou que em boa parte esta subida foi fruto da degradação das  variáveis macroeconómicas que estão incorporadas nos modelos de cálculos das imparidades.

No balanço, a carteira de crédito cresceu 20%, para 10 mil milhões de euros. Em Portugal o Bankinter cresce essencialmente na banca de empresas. O crescimento do crédito a empresas subiu 28,0% para 3,7 mil milhões de euros. Sendo que 6,4 mil milhões de euros é a banca comercial (retalho), que cresceu num ano 5%.

No entanto os recursos captados ficam aquém dos crédito concedido. Ao contrário do que acontece na banca portuguesa, no geral, o rácio de transformação de depósitos em crédito (loan-to-deposits) é de 120%, o que significa que para emprestar dinheiro o Bankinter Portugal recorre em 20% a outras fontes de financiamento que não os depósitos.

Houve um aumento de 7,6% nos recursos de clientes em Portugal para 7 mil milhões de euros. Destaque para o aumento de 8% nos recursos fora de balanço que ascendeu a 4 mil milhões de euros.

O CFO explicou que a larga maioria dos depósitos em Portugal era de particulares, sendo de mil milhões os depósitos de grandes clientes.

A carteira de crédito a empresas atingiu os 32.900 milhões de euros no final do trimestre, o que significa mais 8,5% do que no mesmo período de 2023. Em Espanha, o crescimento da carteira
de crédito às empresas foi de 5%, face a uma queda de 3,7% no setor.

 

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