O Novobanco apresentou um lucro de 434,9 milhões no primeiro semestre, o que traduz uma subida anual de 17,4%, suportado pela subida das comissões de 11,1% para 179,0 que mais do que compensou a queda da margem de -6,1 % para 558,8 milhões de euros. O produto bancário subiu 6,0 %.
O banco registou um RoTE (rentabilidade) de 22,2% e um rácio CET1 de 16,8%. O Tangible Book Value ascendeu a 4.067 milhões (+24% que em junho de 2024; pro-forma à operação feita de redução de capital).
“O desempenho da margem financeira reflete o aumento de 4,3% do valor médio dos empréstimos a clientes, com a taxa da margem financeira de 2,73% ( contra 2,83% no primeiro semestre de 2024).
“A margem financeira beneficiou de uma estratégia de cobertura pró-ativa, compensando a descida de 152 pb da média da Euribor a 6 meses (no primeiro semestre deste an0: 2,32% quando no período homólogo do ano passado era de 3,84%).
O banco liderado por Mark Bourke diz que as comissões aumentaram 11,1% “suportadas pelo franchising do Novobanco e pela dinâmica na execução de iniciativas para aumentar as receitas de comissões, visível em todas as suas categorias”.
O destaque vai para as comissões de gestão das contas serviço e meios de pagamento que atingiram 90,8 milhões (+6,1%), e que têm crescido de forma consistente ao longo dos trimestres.
Os outros resultados de exploração totalizaram +57,5 milhões, quando um ano antes tinha sido de 1,5 milhões, incluem ganhos com a recuperação de crédito e de processos de impostos (nomeadamente da Contribuição Adicional de Solidariedade), resultados de imóveis e impostos indiretos.
O custos operativos totalizaram 261,2 milhões de euros, subindo 7,6% face ao período homólogo de 2024, para 261,2 milhões.
O rácio de eficiência, Cost to Income piorou para 32,7% (1º semestre de 2024 foi de 32,2%), fruto do “contínuo foco na simplificação e otimização dos processos”.
Numa base trimestral, o resultado líquido do 2º trimestre apresenta um aumento de 80,4 milhões face ao resultado do 1º trimestre uma vez que foi nos primeiros três meses do ano que foi contabilizada a Contribuição sobre o Setor Bancário (31,8 milhões). Já no 2º trimestre está incluída a recuperação da Contribuição do Adicional de Solidariedade (25,6 milhões).
No semestre, o Grupo Novobanco registou imparidades e provisões líquidas de 11,1 milhões (-76,7 milhões face a junho de 2024).
O custo do risco de crédito foi de -3pb (o que compara com 38pb em junho do ano passado e com 17pb no primeiro trimestre deste ano), o que segundo o banco reflete “uma abordagem conservadora de underwriting e o contínuo reforço da qualidade dos ativos do Novobanco”.
O Novobanco destacou a importância do crédito a empresas e de crédito habitação de baixo risco e a elevada
adoção do digital no modelo de negócio.
No balanço, o crédito subiu 5,9% num ano para 30.182 milhões de euros, com o crédito a empresas a subir 5% para 14.378 milhões. O crédito a particulares ascendeu a 12.627 (mais 8% face a junho de 2024), sendo que o crédito à habitação subiu 5,6% para 10.511 milhões de euros face ao primeiro semestre do ano passado. Desde janeiro (altura em já se nota a influência do crédito do Estado para o crédito à habitação jovem) subiu 3,5 %.
Em comunicado o banco refere que “os empréstimos a clientes (bruto) apresentaram um crescimento de +4,0% face a dezembro de 2024 (+7,4% face a junho de 2024), situando-se em 30,2 mil milhões, dos quais 58% concedido a empresas, 35% de crédito habitação e 7% de crédito ao consumo e outros”.
“No primeiro semestre de 2025, a originação ascendeu a 3,3 mil milhões de euros (quando no semestre homólogo de 2024 foi de 2,3 mil milhões), dos quais 62% a empresas, 28% de crédito habitação e 10% de crédito ao consumo e outros”, acrescenta o banco.
O Novobanco revela que os créditos não produtivos (NPL) apresentaram uma redução de 1,1% no primeiro semestre de 2025 para 855 milhões. O rácio líquido NPL situou-se em 0,3% (o que compara com dezembro de 2024 quando era de 0,1%) e o rácio de NPL bruto fixou-se em 3,2%, melhorando face aos 3,3% no fim de 2024, com um nível de cobertura de 91,6% (em dezembro era de 96,6%). Em junho de 2024 o rácio de crédito malparado (NPL) era de 4,1%, e a cobertura era de 88,4 %, oque dá uma ideia da melhoria anual deste rácio.
Em 30 de junho de 2025, a exposição do Novobanco a ativos imobiliários decresceu 4,9% face a dezembro de 2024, para 277,3 milhões de euros (excluindo 23,7 milhões de ativos não correntes detidos para venda), o que representa cerca de 0,6% do total dos ativos do banco.
Os recursos totais aumentaram desde janeiro 8,0% para 45,9 mil milhões, impulsionados pelo aumento do volume de depósitos de clientes que cresceram 4,1% para cerca de 31,0 mil milhões, atingindo uma quota de mercado de 9,1%, refere a instituição.
Os depósitos subiram 6,4% face a junho de 2024, para 30.987 milhões de euros.
No primeiro semestre de 2025 o Novobanco explica que “manteve uma posição de liquidez confortável, positivamente influenciada pelo recurso a financiamento de mercado e também pelo desempenho positivo da área comercial. Em 30 de junho de 2025, o Rácio de Cobertura de Liquidez (LCR) do banco situou-se em 154% (quando em dezembro era de 164%) e o Rácio de Financiamento Líquido Estável (NSFR) situou-se em 116% (em dezembro era de 117%), ambos confortavelmente acima do requisito regulamentar”.
Por fim o capital, a performance financeira e geração de capital projetou o rácio CET 1 para 16,8% e o rácio de solvabilidade para 19,7%. “Este desempenho evidencia a capacidade de geração de capital do modelo de negócio do Novobanco e a disciplina na alocação do capital”, sublinha o banco.
Os rácios de capital caem face a dezembro de 2024 porque em maio deste ano o Novobanco procedeu à redução de capital no montante de 1,1 mil milhões, com o número de ações a manter-se inalterado, e o montante correspondente à redução distribuído pelos acionistas no valor de 2,20 euros por ação”.
O Novobanco foi vendido ao Grupo BPCE cuja transação deverá ser concluída no fim de agosto ou já em setembro. O CEO do Grupo francês já disse que ia manter o quadro de pessoal e a rede de balcões, que em junho ascendia a 4.132 colaboradores e a 291 balcões.
O CEO Mark Bourke, no comunicado, diz que “os resultados do primeiro semestre de 2025 continuam a demonstrar a força e a resiliência do nosso modelo de negócio. Este semestre incluiu um marco importante: o Memorando de Entendimento para a compra do Novobanco pelo BPCE, o segundo maior banco de França e quarto maior banco europeu”.
“Este acordo permitirá ao Novobanco expandir a sua presença e capacidade de atuação, proporcionando os recursos necessários para continuar a apoiar as empresas e famílias portuguesas”, defende Mark Bourke.
“Com esta aquisição, estamos não só a aumentar a nossa solidez financeira, mas também a fortalecer a nossa capacidade de oferecer soluções inovadoras e personalizadas aos nossos clientes”, conclui o CEO.
(atualizada)
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