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Novobanco com lucros de 610,4 milhões até setembro a recuarem 4,4%

A margem financeira foi de 886,3 milhões no acumulado dos nove meses traduzindo um crescimento de 6,6%. O banco liderado por Mark Bourke contraria assim a tendência de queda de receita juros no acumulado dos nove meses.
31 Outubro 2024, 08h06

O Novobanco registou um resultado líquido de 610,4 milhões de euros nos nove meses do ano, o que representa uma queda de 4,4% face ao período homólogo de 2023.

“Continuamos a crescer no negócio e a expandir a nossa atividade, além de incrementar a eficiência das nossas operações”, disse Mark Bourke, CEO do banco.

O banco destaca na conta de resultados a constituição de 30 milhões de euros de provisões (no segundo trimestre) para o processo de transformação enquadrado no programa estratégico de inovação e simplificação. “Excluindo este custo não recorrente, o resultado líquido no período encontra-se em linha com o período homólogo (+0,3%), suportado por um modelo de negócio consistente e diversificado, com um robusto franchising”, diz o Novobanco.

A rentabilidade medida pelo RoTE está em 18,9%, “assente num balanço sobrecapitalizado” refere a instituição financeira que anuncia um rácio de capital CET1 pró-forma a subir 255pb face a dezembro para 20,7% na versão fully loaded.

No que toca ao rácio de capital, o rácio de solvabilidade subiu cerca de 250pb para 23,6%.

O valor contabilístico tangível (TBV – Tangible book value), ou o valor que permanece após o pagamento de todos os passivos existentes, ascende a 4.705 milhões (+20% face a setembro de 2023) resultante do dividend ban contratual (previsto no Acordo de Capitalização Contingente).

A margem financeira foi de 886,3 milhões no acumulado dos nove meses o que compara com 831,2 milhões no período homólogo, traduzindo um crescimento de 6,6%. O banco liderado por Mark Bourke contraria assim a tendência de queda de receita da margem que se tem verificado no setor.

Já na comparação do terceiro trimestre deste ano com o terceiro trimestre do ano passado a receita dos juros cai de 307,2 milhões para 291,4 milhões

A taxa da margem financeira foi de 2,79% (o que compara com 2,75% em 2023 e com 2,83% em junho deste ano), “beneficiando da gestão equilibrada das taxas de juro dos ativos e do custo de financiamento, apesar do atual contexto de descida das taxas de juro”.

As comissões totalizaram 240,4 milhões o que compara com 217,1 milhões nos nove meses do ano anterior. No terceiro trimestre de 2023 a receita de comissões foi de 71,8 milhões e no terceiro trimestre deste ano subiu para 79,2 milhões. “Um aumento de 10,7% suportado pelo desempenho do franchising do Novobanco com uma base de clientes crescente e pela dinâmica na execução de iniciativas para incrementar as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos”, refere o banco.

O produto bancário até setembro subiu 5% para 1.156,7 milhões de euros. Sendo que aqui está incluído o produto bancário comercial de 1.126,7 milhões (+7,5%).

Os custos operativos totalizaram 365,8 milhões de euros, aumentando 7,7% face aos nove meses de 2023. O Novobanco prefere destacar a comparação com a média de 2023 o representa então um acréscimo de 1,8% e fala do rácio de eficiência (cost-to-income) comercial que foi de 32,5%, “indicativo de uma melhoria da eficiência”.

O cost-to-income fixou-se em 31,6% melhor que em junho mas pior do que em 30 de setembro de 2023 (30,8%).

O Grupo Novobanco registou nos primeiros nove meses de 2024 um reforço de imparidades e provisões no montante de 107,7 milhões de euros.

O custo do risco de 32pb (0,32%) compara com 0,40% um ano antes e com 0,38% no fim do primeiro semestre, traduzindo o reforço da qualidade dos ativos e dos rácios de cobertura.

“O perfil de risco estável com as provisões para empréstimos a clientes a registar um decréscimo de 16,0 milhões”, detalha o Novobanco.

As provisões para outros ativos e contingências aumentaram +42,0 milhões refletindo a provisão para o processo de transformação, no montante de 30 milhões enquadrado no programa estratégico de inovação em curso no banco.

Os créditos não produtivos (NPL) reduziram 9,3% nos primeiros nove meses para 1.027 milhões. O rácio líquido de NPL, vulgarmente conhecido por crédito malparado “continua a apresentar uma consistente redução (setembro deste ano reduz 0,5% o que compara com redução de 0,7% em dezembro)”.

O rácio de NPL em setembro deste ano estava nos 4,0% e em dezembro era de 4,4%.

O banco destaca o aumento do nível de cobertura de 84,3% em dezembro para 89,1% em setembro de 2024.

No balanço, o crédito a clientes (líquido) situa-se em 27,6 mil milhões de euros, crescendo +2,3% face a dezembro, representando cerca de 60,5% dos ativos totais.

Olhando para o crédito a clientes (bruto) a subida é de  2,1% para 28.758 milhões de euros.

A originação do crédito a clientes atingiu 3,3 mil milhões.

Do outro lado do balanço os recursos totais aumentaram 6,9% para 37,6 mil milhões de euros face a dezembro quando o montante era de 35,2 mil milhões, “reflexo da performance do franchising do banco no mercado português”.

Os depósitos situaram-se em 29,5 mil milhões (+4,7% face a dezembro).

Em agosto deste ano a quota de mercado global ascendia a 10,1%.

”A 30 de setembro de 2024, o Novobanco mantinha uma forte posição de liquidez”, refere o banco cujo rácio de transformação (LtD) é de 80,7% e o rácio de cobertura de liquidez (LCR) é de 186%.

O rácio de financiamento estável líquido (NSFR) aumentou para 119%2 (em dezembro era de 118%).

 

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