A Nvidia voltou a estar em destaque e em alta. A fabricante de chips escolheu ao palco da CES 2025, em Las Vegas, para apresentar os seus produtos que vai ter em destaque este ano, nomeadamente robôs e automóveis. E a empresa liderada por Jensen Huang mostrou também a sua mais recente criação: um computador de três mil dólares.
No fundo, o CEO da Nvidia admitiu que a companhia – a segunda mais valiosa em todo o mundo – está preparada para revolucionar o mundo dos robôs através da Inteligência Artificial (IA). Entre as novidades estão modelos de IA para robôs humanoides e um acordo com a Toyota para que a fabricante japonesa utilize a tecnologia da Nvidia para os seus automóveis autónomos.
Esta tem sido uma área em que a Nvidia tem apostado, na construção de software que permite às empresas treinar robôs utilizados em fábricas e armazéns, que pode também ser usado em carros autónomos e humanoides.
Para o CEO da Nvidia, esta é uma nova era que se está a explorar na tecnologia: a IA física, que tem então aplicações visíveis. “A IA está a avançar a um ritmo inacreditável. Começámos com a IA de perceção – que entende imagens, palavras e sons; depois veio a IA Generativa, capaz de criar textos, imagens e sons, e agora entramos na era da IA física, que pode perceber, raciocinar, planear e agir”, considerou o executivo.
E Jensen Huang foi mais longe no seu discurso. “A IA física vai revolucionar as indústrias de manufatura e logística, que movimentam 50 biliões de dólares. Qualquer objeto em movimento será robotizado e incorporado pela IA”, apontou nas suas previsões.
É isso mesmo que a tecnologia Cosmos, apresentada no CES, trata. Um conjunto de modelos de IA que replica o mundo físico e permite que a tecnologia seja treinada com base no mesmo, ou seja, o Cosmos simula o espaço visual e físico. Uma das maiores vantagens deste software é que permite treinar os robôs com base em cenários do mundo, e as empresas podem adaptá-lo com os seus dados, para corresponderem às suas necessidades.
O Project Digits, primeiro projeto de computador pessoal, tem um preço de três mil dólares, uma vez que conta com o super-chip GB10 Grace Blackwell. Mas este supercomputador não será para qualquer par de mãos, com a Nvidia a voltar esta tecnologia para investigadores de IA e cientistas de dados.
“Com o Project Digits, o supercomputador chega à mesa de cada cientista de dados, investigador de IA e estudantes e capacita-os para um maior engagement para moldar a IA”, adiantou o CEO da Nvidia. E é aqui que os programadores vão conseguir executar modelos de linguagem com até 200 milhões de parâmetros. Só chega ao mercado em março.
E como não poderia deixar de ser, um forte destaque para aquilo que a Nvidia faz melhor: chips. No palco, Jensen Huang mostrou os novos chips para videojogos, que também usam a tecnologia Blackwell. Esta nova série, a RTX 50, tem como finalidade dar uma imagem mais realista aos jogos, devendo chegar ao mercado até fevereiro.
Já sobre a parceria com a Toyota, cujo valor não foi divulgado, o cofundador da Nvidia indicou que serve para aumentar a capacidade de condução autónoma dos novos veículos. A Toyota Motor vai mesmo utilizar os chips Orin da Nvidia para impulsionar os sistemas de assistência ao motorista em vários modelos.
“A revolução dos veículos autónomos chegou e o setor automóvel será uma das maiores industrias de IA e robótica nos próximos anos”, considerou o gestor. Também a Aurora e a Continental anunciaram uma parceria para camiões autónomos que utiliza a plataforma de direção assistida por IA da Nvidia, conhecida por Drive.
E Jensen Huang está confiante. “Prevejo que esta será, provavelmente, a primeira indústria [robótica] multibilionária”, considerou. As expectativas da Nvidia é que este segmento automóvel cresça até aos seis mil milhões de dólares no ano fiscal de 2026.
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