Mark Rutte registou esta promessa do esforço português para se capacitar neste setor que a Guerra na Ucrânia – e a recente eleição e tomada de posse de Donald Trump… – vieram colocar na agenda dos países europeus. Mas o secretário-geral da NATO aproveitou logo para acrescentar que a meta dos 2% “tem muitos anos” e, por isso, ela hoje já é “insuficiente”.
Isto significa que Portugal, tal como os demais países da União Europeia, vão ter mesmo de aumentar de forma muito expressiva o seu esforço com a Defesa, única forma de o continente não ficar refém de colossos militares (e totalitários) como a Rússia, numa altura em que o seu protetor habitual, os Estados Unidos da América, ameaçam retirar-se da NATO e das bases europeias e deixar os europeus entregues à sua sorte.
Sendo este aumento de despesa uma inevitabilidade – uma vez que a alternativa é ver a Ucrânia esmagada nos próximos anos e territórios da União Europeia invadidos pelos exércitos de Vladimir Putin – a questão que se coloca é outra: como é que esse enorme montante de dinheiro vai ser aplicado? Vai ser gasto essencialmente em fardamentos e em compras à indústria militar norte-americana? Ou, pelo contrário, vai ser investido no desenvolvimento de uma indústria europeia de tecnologias para uso militar?
Perguntado de outra forma: este afluxo de dinheiro nos próximos anos – que, no caso português, significará em termos práticos duplicar a despesa atual, como o secretário-geral da NATO lembrou em Lisboa – vai financiar o desenvolvimento tecnológico europeu, promovendo a ciência e a inovação?
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