Há muitas pessoas, como é o meu caso, que não são adeptos ferrenhos de futebol. Esporadicamente, e muito por vontade dos meus filhos, lá vejo na televisão ou no estádio uma partida do meu Sporting.

Porém, e por mera casualidade, recordo estar em Alvalade, em 2002, quando Cristiano Ronaldo se estreou com a camisola da equipa principal do Sporting. Numa substituição, a meio do jogo com o Inter de Milão, ouviu-se pelas colunas de som do antigo estádio de Alvalade o anúncio da estreia de um jogador, com um nome invulgar, e que minutos depois de entrar em campo deu logo uns passos de magia futebolística. Seguiram-se 31 jogos com a camisola do Sporting, antes de rumar a clubes como Manchester United, Real Madrid ou Juventus.

Ronaldo é um orgulhoso madeirense que foi formado nas escolas do Sporting e que graças ao seu talento inato e à custa de muito esforço pessoal é, ao longo de mais de uma década, considerado por muitos como o melhor jogador do mundo.

Nas últimas duas décadas, tenho vindo a acompanhar o espetacular percurso desportivo de Cristiano Ronaldo, mais concretamente tenho observado o que ele tem feito fora dos relvados. O seu sentido de família – nunca renegando as suas origens humildes – o seu carinho pela Madeira, a sua gratidão ao Sporting, a forma como foi gerindo a sua imagem fora dos relvados com a criação da marca CR7 e, também, os investimentos que foi fazendo em diferentes sectores.

O desportista de 39 anos foi considerado pela revista ‘Forbes’ como o atleta mais bem pago do mundo em 2023, ano em que terá faturado mais de 240 milhões de euros. Embora não conheça com precisão os valores do património global do CR7, que seguramente ascendem a milhares de milhões de euros, a verdade é que os seus investimentos têm sido muito diversificados (o que é uma boa caraterística dos investidores experientes), tornando-o um dos desportivas mais ricos do mundo.

Os rendimentos como jogador, a componente dos patrocínios e as receitas com as redes socias assumem um papel relevante nos ganhos anuais do jogador. Ainda assim, a componente empresarial nas áreas da hotelaria, imobiliária, estética, desporto, e, mais recentemente, nas porcelanas têm um peso cada vez maior nos seus rendimentos

Cristiano Ronaldo tenta, e bem, manter privado aquele que é o seu património e rendimentos. Mas não só, ao longo da sua já longa carreira desportiva também tem doado vários milhões de euros a diferentes organizações de solidariedade social.

Infelizmente, as pessoas têm uma natural tendência em registar e sublinhar o lado glamoroso deste tipo de personalidades, mas esquecem-se que só é possível atingir este patamar de excelência com dedicação plena, esforço, resiliência e foco nos objetivos.

Na minha opinião, Ronaldo deve ser considerado um bom exemplo desportivo, mas mais importante do que isso é ser apresentado como alguém que dá o melhor de si sempre que tem um desafio pela frente. Esse sim, é o bom exemplo!