Uma crise económica e social devastadora. Os políticos portugueses converteram o que era um problema de saúde publica, originado pela pandemia de Covid-19, numa destruição profunda da nossa economia e sociedade.

Trágica queda do PIB, redução provocada do mercado consumidor, desemprego maciço, falência de milhares de pequenas e médias empresas, manutenção dos privilégios da classe burocrática pública, contração violenta do investimento, afetação dos recursos financeiros escassos ao consumo de sobrevivência, permanente terrorismo informativo sobre a mortalidade do vírus. A TAP ilustra bem a dimensão do desastre provocado pelas políticas adotadas.

As consequências trágicas da bazuca europeia. Depois de ter dissipado mais de 150B € em investimentos desastrosos Portugal, já com uma elevada dívida externa, de cerca de 240B €, teve que mendigar um apoio de 67B € junto da União Europeia, que apenas vai apoiar a sobrevivência consumista do país e que continuará totalmente dependente dos financiamentos europeus ao investimento português. A bazuca europeia vai ter consequências dramáticas na nossa total dependência do imperialismo franco-germânico.

É possível resolver a crise portuguesa com o canhão da nossa poupança. O clima de incerteza, de ansiedade e de temor pela vida, estimulado pelos políticos e secundado pelos meios de comunicação social originou que os Portugueses reforçassem significativamente as suas poupanças, para se precaverem dum futuro negro que o Estado não conseguirá assegurar.

Atualmente, a poupança nacional atinge mais de 20 B € por ano. Este valor deveria permitir que Portugal não necessitasse de estar de mão estendida para a Europa para financiar o seu futuro e o seu presente destruído. Simplesmente, 75% das nossas poupanças (15 B€) são aplicadas pelo sistema financeiro no financiamento de economias terceiras. Portugal tem os recursos financeiros necessários para resolver a atual crise, desde que, ao mesmo tempo, se corrijam as políticas destrutivas adotadas.

É necessário criar um Fundo de Solidariedade Empresarial para apoiar o investimento. No universo das empresas cotadas na bolsa e integrantes do PSI20 é possível constituir, num horizonte temporal de curto prazo, um Fundo de Solidariedade Empresarial (FSE) no montante de mais 1.000 milhões de euros, integrando contribuições dos Acionistas, do Pessoal e das Administrações, para apoio ao financiamento a médio prazo das PME, em condições a definir concertadamente entre os poderes públicos e as empresas contribuintes.

Este processo é compatível com o reforço da solidez financeira das empresas cotadas no atual contexto de crise devastadora. A Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas apresentou a tais empresas este projeto e também o apresentou às entidades políticas (Presidente da República, primeiro-ministro, ministro da Economia). Infelizmente, a ideia não teve qualquer acolhimento!

Atrair as poupanças dos pequenos investidores para o mercado de capitais. A segurança que o Estado oferece aos bancos financiadores nas moratórias tem de ser urgentemente transferida para o financiamento do investimento, captando as poupanças e canalizando-as para o investimento reprodutivo e criador de riqueza.

Importa credibilizar e garantir retorno às aplicações dos pequenos investidores em ações, em obrigações, em Fundos de Desenvolvimento Empresarial, em títulos de divida pública afetos ao reforço do investimento. Os investimentos financeiros dos pequenos investidores não podem ser duplamente tributados. A eliminação da tributação em sede de IRS teria um enorme impacto na confiança de tais investidores.

O canhão português garante a independência nacional. A bazuca europeia serve apenas para entregar a TAP ao imperialismo alemão, como sugere e concorda o atual Presidente da República.