Este foi o ano de Elon Musk, o mediático e excêntrico bilionário que se confirmou como o homem mais rico do mundo, com uma capacidade de influência inusitada, incluindo junto de governos, pela importância dos negócios que desenvolve, e agora mais ainda, porque se tornou numa espécie de braço direito do próximo presidente dos Estados Unidos da América, como ficou demonstrado quando fez abortar a tentativa de acordo entre republicanos e democratas para que o estado não ficasse sem orçamento.
Musk tem mostrado que sabe aproveitar-se como ninguém das ferramentas de intervenção no espaço público, promovendo-se a si e aos seus negócios de uma forma assertiva, aproveitando também a notoriedade conseguida para escapar com atitudes e declarações de guerrilha e de pressão que, por exemplo, os reguladores nunca permitiriam a outros.
A valorização deste tipo de personalidade acaba por ser um sintoma da desconfiança que os cidadãos vão tendo nas instituições. Aliás, a própria eleição de Trump é um exemplo do mesmo. Sabemos que a vida não tem sido fácil para os incumbentes.
As ideias podem vir embrulhadas na ambição da humanidade, mas sabemos que Musk tenta forçar a mão para impor os seus negócios, seja o fabrico e as condições de venda de carros elétricos ou o acesso à rede de internet Starlink. E fá-lo em diversos países, dos EUA ao Brasil, da China à Ucrânia e à Rússia. Também usa a rede social X como um megafone para o que defende. E vai ter um cargo público.
Que ninguém duvide de que Elon Musk persegue os seus próprios interesses, mas temos de perceber, além do marketing, se os queremos partilhar. E qual será o custo.