“Estamos muito satisfeitos que o júri tenha considerado interessante o nosso projeto”, afirma Robin Bouvier, o CEO da companhia. A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa “é um parceiro importante para o desenvolvimento da nossa startup em Portugal. Esperamos que nossa colaboração futura continue a dar frutos e a levar a novas inovações”, avança.
Sobre o potencial da indústria espacial afirma que este “é um setor em mudança, com grandes oportunidades para empresas que trazem inovação. O setor espacial privado (às vezes chamado de “Novo Espaço”) está a ganhar o seu território ao lado das atividades espaciais governamentais tradicionais. Cada vez mais as empresas são chamadas para a prestação de serviços em diferentes categorias de atividades espaciais. Um dos exemplos mais divulgados é a privatização dos serviços de lançamento de naves espaciais, caso do Space X. Com o CybELE o objetivo é concentrarmo-nos no desenvolvimento do serviço de observação da Terra. Essa área também está a crescer e é estimulada por importantes avanços tecnológicos.
E quando questionado sobre os problemas ambientais que Portugal sofre ao nível da desflorestação e pelos diversos tipos de poluição, frisa que o país, como muitos países europeus, “enfrenta vários tipos de problemas ambientais. No campo marítimo, por exemplo, a desgaseificação de tanques de embarcações é, muitas vezes, feita de forma ilegal e pode ser vista perto da costa portuguesa. Ainda assim, como todos os países industrializados, solos e rios estão sujeitos a pressões ambientais específicas. Assim, a Agência Portuguesa do Meio Ambiente (APA) alertou recentemente para a deterioração significativa da qualidade da água do Tejo com origem nas fábricas de celulose localizadas a norte da barragem de Abrantes (com concentrações orgânicas não derivadas de águas residuais), a par da indústria agrícola com índices de concentração de poluentes com cerca de cinco mil vezes acima dos padrões recomendados). O CybELE tem vindo a monitorar a evolução desse tipo de poluição. E para além de trabalharem nos setores dos seguros e da assessoria a entidades ligadas à regulação e a gabinetes jurídicos, existem outros interesses. O gestor diz que esta é uma atividade que afeta os profissionais que trabalham diretamente com o meio ambiente. Isso significa que o cliente pode ser um segurador ou um gabinete de advogados, mas também agências governamentais ou empresas privadas do setor marítimo, energia, construção ou associações de proteção ambiental.
E a trabalharem com seguradores impõe-se a questão dos seguros do futuro trabalhados com base em índices paramétricos. Com efeito “estamos atualmente a trabalhar no desenvolvimento de seguros paramétricos”. O projeto de criação do instrumento de aferição do dano será baseado em um índice indexado ao risco de danos ambientais. “Fizemos uma parceria com uma companhia de seguros portuguesa para desenvolver este novo produto e testar a sua implementação”, diz o gestor.
E sobre tecnologia a mesma fonte afirma que esta “está no centro de nossos produtos e serviços. O campo de observação da Terra, graças às tecnologias espaciais, está a passar por grandes mudanças. Também trabalhamos diariamente para integrar os últimos desenvolvimentos, tanto no campo de coleta de dados como na análise de dados geo-espaciais. Interagimos particularmente com os utilizadores finais para tornar o uso dessa tecnologia acessível e simples.”
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