Com o tráfego aéreo internacional a crescer rapidamente, enquanto o crescimento económico mundial ronda os 3% , o setor da aviação regista uma taxa de crescimento a longo prazo de 5%, e duplica de tamanho a cada 15 anos, discutir os desafios da aviação também estiveram no centro das atenções do 31.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, promovido pela AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, que decorreu nos últimos três dias em Viana do Castelo.
A preparação do futuro, analisado pelos players Diogo Lacerda Machado, administrador não executivo da TAP e José Lopes, country manager da easyjet Portugal, tem como fio condutor a necessidade de dar respostas sustentadas às exigências das novas realidades.
Considerando que “o dono do futuro da TAP é o Estado português”, Diogo Lacerda Machado, sublinhou que “foi possível preparar o futuro, casando interesses público e privados e estar à altura dos desafios da aviação de hoje”, acrescentando agora, altura em que a companhia “já se financia sozinha, sem o apoio do Estado”, vai “começar a ganhar dinheiro sustentadamente”. Certo de a TAP vive um tempo de mudança e de transformação, e que conseguiu ultrapassar anos de grandes dificuldades (nos últimos 45 anos apenas dois foram de resultados positivos) sublinha que “continua, hoje, a desempenhar uma função primordial na economia nacional”.
Também a low cost easyjet vê o futuro de forma risonha, com José Lopes a assegurar que o crescimento da empresa “vai continuar e de forma sustentada, num trabalho feito em conjunto com os diversos players e ajustando o modelo de negócio à realidade de cada mercado onde operamos”. Assumindo-se como a única companhia pan-europeia, garante ainda que existe uma margem grande de penetração, permitindo duplicar os números alcançados para que se aproximem da média da Europa.
Portugal na rota do sucesso
Em constante mudança, sucedem-se os desafios da oferta e da nos principais mercados internacionais, acompanhados pelas novas tendências nos modelos de aviação. Assim, como está a adaptar-se a indústria a nível global e que oportunidades vão surgindo para o mercado português, guiaram a análise de Gavin Eccles, consultor e professor universitário, que traçou o atual panorama do setor. Considerando que 2019 vive “um cenário risonho”, apesar das falências de companhias conhecidas este ano, os números mostram um crescimento de 5% com a Ásia a crescer acima com 8%, com sinais de que “o crescimento vai continuar e de forma sustentada”, nos próximos anos.
O grande impulso deste crescimento, defende o especialista, está no sucesso das companhias low-cost que só na Europa, o ano passado, cresceram 42%,numa tendência que se estende ao resto do mundo com a América do Norte a aumentar 32%, a América Latina 35%, o Sudoeste da Ásia cerca de 62%, e ainda que numa progressão inferior, também na China subiram 14%. Num clima de transformação constante, transmitiu ainda a certeza de que a Índia “é o grande mercado a reter, com capacidade para ditar as tendências e com uma grande estratégia de penetração para a Europa”.
Assim, as grandes oportunidades do futuro vão passar, defende, pelas low-cost de longo curso e sublinha o surgir de 10 novas companhias, entre elas, a Air Asia, que liga a Malásia à Europa, numa ligação que também pode trazer oportunidades para Portugal, tanto para Lisboa como para o Porto. Para Eccles, o futuro da capital estará potenciado pelo fluxo do mercado norte-americano; pelo impulso que o aeroporto do Montijo pode dar diretamente às low cost; e ainda, de um aumento de relevância que a Ásia pode vir a assumir.
Para os outros destinos portugueses, como o Porto, Madeira, Algarve e Açores, o especialista dá nota de que podem ser igualmente potenciados, com as low cost a continuar a ter um papel determinante no desenvolvimento do setor do Turismo, em aspetos centrais como o ultrapassar a sazonalidade.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com