Portugal tem intensificado suas operações contra o tráfico de droga, atuando tanto de forma independente quanto em cooperação com outros países europeus. Desde 2018 que a realidade do país no combate ao tráfico de droga se alterou significativamente e os três últimos anos são mesmo motivo de brio nacional.

Segundo os dados oficiais, o transporte marítimo é opção mais utilizada pelos traficantes de droga para fazer entrar cocaína e cannabis no nosso país e no espaço europeu. O papel ativo da Polícia Marítima em articulação com as diferentes forças policiais nacionais tem permitido que Portugal tenha batido nos últimos anos sucessivos recordes de apreensões de droga e de desmantelamento de redes criminosas complexas.

A Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária tem tido um papel central nestas operações policiais. Um exemplo notável foi a apreensão recente de três toneladas de cocaína disfarçada como farinha de soja, uma operação que destacou a capacidade das autoridades portuguesas em intercetar grandes quantidades de drogas destinadas ao mercado europeu. Outra operação significativa foi a desarticulação de uma das maiores redes de tráfico na zona oeste de Portugal, que resultou na prisão de sete pessoas e na apreensão de grandes quantidades de heroína e cocaína.

Essas operações refletem o papel de Portugal como um ponto estratégico na rota do tráfico de cocaína da América Latina para a Europa. O país não só é um destino, mas também um ponto de trânsito crucial, devido à sua localização geográfica e suas conexões históricas com países da África Ocidental e da América do Sul.

Estas operações são um reflexo da crescente eficácia das forças policiais portuguesas, apoiadas por uma colaboração internacional robusta e pela aplicação de tecnologias avançadas de vigilância e inteligência.

É muito positivo para Portugal sermos reconhecidos internacionalmente como tendo das melhores polícias neste sector. Esta realidade deve ser reconhecida pelo poder político e populações, devendo ser reforçados todos os meios para que possamos melhorar ainda mais este trabalho, até porque a natureza global do tráfico significa que, mesmo com grandes apreensões em Portugal, novas rotas e métodos são constantemente desenvolvidos pelos traficantes.

As operações policiais têm um impacto direto na redução da disponibilidade de drogas nas ruas, o que pode levar a uma diminuição da criminalidade associada ao tráfico. No entanto, o impacto social destas operações é complexo. Por um lado, a redução do tráfico pode melhorar a segurança e a saúde pública. Por outro, as comunidades afetadas pelo tráfico e pelas operações policiais, muitas vezes, enfrentam um aumento na tensão social e desafios relacionados à exclusão social e à estigmatização. É um trabalho complexo e que exige uma componente de inclusão social que não pode ser ignorada.

As autoridades enfrentam desafios significativos, incluindo a adaptação às novas estratégias dos traficantes, que continuamente inovam para evitar a deteção. A colaboração internacional é essencial para enfrentar esses desafios. A União Europeia, através do Conselho da União Europeia, tem promovido a cooperação entre os Estados-Membros, facilitando o compartilhamento de informações e a realização de operações conjuntas. No entanto, essa cooperação nem sempre é fácil, devido às diferenças nas legislações nacionais e nos níveis de recursos disponíveis entre os diferentes países.

A confiança pública nas autoridades e a continuidade das operações são essenciais para manter o impulso nesse combate.