António Costa garantiu que o défice público se situou abaixo dos 1,3% do PIB em 2017. Mas de que vale ter um défice próximo de 1%, quando o Estado incumpre com os seus principais deveres? De que vale olhar para o Excel, e fazer um discurso político aprumado, se numa situação de emergência os Portugueses ficam entregues a si próprios? Estas questões permitem levantar um pouco o véu e visualizar o estado a que o nosso Estado chegou:

1) Como foi possível terem morrido mais de 60 pessoas em Pedrogão e outras 250 terem ficado feridas?

2) Como foi possível que em outubro tenham morrido 45 pessoas, 70 tenham ficado feridas e centenas de animais tenham sido dizimados devido a novos incêndios? Por onde andava o Estado que deveria ter aprendido com Pedrogão e protegido cidadãos, animais e floresta?

3) Como é possível termos as urgências hospitalares num verdadeiro caos? Hospitais com horas e horas de espera sem fim, pessoas fragilizadas, algumas acamadas, à noite nas urgências abandonadas. Onde anda o Estado a quem compete garantir o direito à protecção da saúde?

4) Como é possível termos mais de metade dos desempregados sem acesso a subsídio de desemprego? Do que vivem estas pessoas? O que é feito da assistência do Estado?

5) Como é possível que das 15.416 mulheres que num só ano se submeteram a uma interrupção voluntária da gravidez, 3.340 o tenham feito pela segunda vez, 918 pela terceira e 238 pela quarta? Houve quem o tenha feito mais de dez vezes! Ao invés de promover o massacre dos inocentes, não deveria o Estado ocupar-se a defender a vida, bem como, a proteger e a promover a família?

Afinal de contas, em que planeta vive o Sr. Primeiro-Ministro quando perante esta triste realidade nos vem falar num ano saboroso para Portugal? Os Portugueses não precisam de um Estado que esteja concentrado 24 horas no Excel e na propaganda política. É que um Estado que não está focado nas pessoas, é um Estado que não interessa a ninguém.