As próximas eleições presidenciais realizam-se em Janeiro de 2026, repito, Janeiro de 2026, para quem está mais desatento. Logo, este assunto não é ainda fulcral, está fora de tempo e, enquanto se fala destas eleições que apenas se vêem por um canudo, é do Governo que não se fala, o que é um enorme favor que se faz a António Costa.
O frenesim desencadeado por Pedro Santana Lopes e secundado por Luís Marques Mendes é extemporâneo. À direita, o panorama de proto-candidatos é mais rico e variado, enquanto à esquerda, se o primeiro-ministro não for a jogo (como tem afirmado múltiplas vezes), o candidato mais forte é Mário Centeno, como aqui escrevi antes do pelotão e desenvolvi no meu podcast “Maquiavel para Principiantes” (que regressa na próxima semana às plataformas do Jornal Económico).
Mas há um fantasma a assombrar os bailados dos que sentem o afã de avançar para Belém. Chama-se Pedro Passos Coelho. Se ele decidisse dar esse passo, todos os outros nomes ventilados ficariam em casa, sem hipótese nem margem de manobra.
Porém, o seu perfil leva a pensar que nunca entrará numa aventura destas sem antes voltar a tentar ser primeiro-ministro. É o seu movimento que condiciona os movimentos dos outros bailarinos na sala. E a geringonça, que o impediu de formar Governo depois de ganhar nas urnas, ainda justifica para ele um ajuste de contas.
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.