Atualmente, há uma tendência preocupante sobre a esperança de vida, cada vez mais curta, de uma empresa. A longevidade média de uma empresa S&P (Índice Dow Jones) é de apenas 15 anos, comparado com os 67 anos registados na década de 1920. Acresce que nos últimos 20 anos, o número de empresas nacionais na Bolsa de Valores dos EUA caiu para metade. Embora haja várias razões para as empresas não atingirem os seus anos dourados, desconfio que esta trajetória vai manter-se.

Neste ambiente turbulento, a tecnologia continua a desempenhar um papel importante no sucesso (ou fracasso) de uma empresa, e a transformação em direção à digitalização é cada vez mais crítica. No entanto, ainda hoje a maioria das empresas, gasta cerca de dois terços do seu orçamento para TI “a manter as luzes acesas” – executando os sistemas de back-office como os sistemas corporativos financeiros, de recursos humanos e email. Se pensarmos nisso como um modelo icebergue tradicional, uma estrutura on-premise, verificamos que a maior parte dos custos e recursos está “abaixo da linha do horizonte” – invisível e indiferenciada.

Este desafio de alocação de orçamento deixa a liderança de TI no back-office com tecnologia envelhecida, e este desafio é um fator que contribui significativamente para o que impede muitas destas empresas de se transformarem e inovarem. Com a nuvem, é possível reduzir os custos de gestão de infraestrutura e outros trabalhos indiferenciados e, mais importante, atrair mais investimentos em recursos para esforços mais estratégicos e com valor para o negócio.

Entrei para a AWS em julho de 2017 como Diretora de Estratégia Empresarial e Evangelização. Faço parte de uma equipa de ex-CIO, e o nosso papel é trabalhar com grandes executivos de tecnologia empresarial, a nível global, para partilhar experiências e estratégias sobre como a nuvem pode ajudá-los a aumentar a velocidade e a agilidade, enquanto canalizam mais recursos para oferecer valor aos seus clientes. Existem alguns temas comuns que vemos nas empresas que estão a mover-se com rapidez e sucesso para a nuvem e a criar uma cultura e um histórico de inovação.

Primeiro, o CIO e outros líderes empresariais seniores têm a convicção de conduzir a mudança e funcionam como agentes de transformação. Segundo, como demonstração desta convicção, estabelecem metas hierárquicas agressivas e definem um plano bastante ambicioso que cria o élan necessário para sustentar a mudança. Terceiro, focam-se na criação de uma cultura assente em métodos Agile e em financiar a formação e o desenvolvimento de novas capacidades, como um núcleo da estratégia e não como uma reflexão tardia.

Recentemente, gravei um vídeo para falar mais sobre os desafios que as empresas enfrentam nos dias que correm e como deve ser uma empresa preparada para o futuro através de TI diferenciada. Na Coca-Cola, como em muitas outras organizações, foi o que impulsionou a transição para a nuvem e uma estratégia baseada a nuvem. Como CIO, sabia que os benefícios da nuvem poderiam neutralizar estes desafios e criar um ambiente que permitisse o crescimento e o valor do negócio.

A nuvem dá-nos a agilidade, a velocidade e a inovação necessárias para oferecer valor diferenciado aos nossos clientes e acionistas. Embora a Coca-Cola estivesse comprometida com a migração completa dos seus centros de dados on-premises para a nuvem, isso não aconteceu de um dia para o outro. Optámos por começar a migrar mais de 600 propriedades digitais, porque precisávamos da elasticidade para suportar as necessidades dos clientes. De seguida, passámos a dados e análises para poder otimizar a experiência do cliente.

Eis o ponto de partida pode ser diferente. Mas se tem um CEO, como a maioria, é provável que a primeira pergunta seja: “É seguro?”. É isto que mantém muitos CEOs acordados à noite. De facto, 66% dos CEO inquiridos acreditam que manter o seu ambiente seguro é o desafio mais importante, no panorama atual. Embora a velocidade da inovação seja vital no ambiente competitivo em que hoje vivemos, isso não pode ser feito sem a segurança otimizada. A AWS fornece plataformas self-service que permitem a inovação num ambiente seguro, permitindo o acesso a uma variedade de ferramentas robustas que continuam a evoluir e a ser melhoradas de acordo com as opiniões dos clientes.

O ritmo da inovação na AWS na criação de novos recursos e na melhoria e evolução da segurança da tecnologia foi o que atraiu a Coca-Cola. Acompanhar a evolução da tecnologia não é uma tarefa fácil hoje em dia, e ter um parceiro como a AWS, que entende e acredita na jornada de transformação dos seus clientes, foi vital para a nossa transformação.

Como CIO, parte do meu trabalho foi educar a liderança sénior de negócios em segurança na nuvem. A AWS e os nossos parceiros de consultoria foram fundamentais para demonstrar, através de referências de clientes, que a AWS investiu muito mais recursos em tecnologia segura e tinha uma experiência muito maior, dada a base de clientes e os requisitos da Amazon.com. A liderança convenceu-se de que nunca conseguiria sustentar e que não devia continuar a confiar na sua própria tecnologia de segurança. Tal como a gestão de centros de dados, o desenvolvimento de tecnologia de segurança não é e não deve ser uma competência essencial de uma empresa de bens de consumo como a Coca-Cola.

Para as empresas, o Santo Graal é permitir que sua organização se mova rapidamente e se concentre na sua principal vantagem competitiva, mantendo a sua segurança. Saberá que está no nível desejado quando gastar mais recursos no desenvolvimento e fornecimento de produtos e serviços inovadores do que na execução de sistemas de back-end.

Na minha opinião, existem cinco elementos cruciais para este objetivo:

Garantir o apoio executivo: Na Coca-Cola, eu tinha como parceiros e aliados o Diretor de Marketing e o Diretor de Tecnologia (Ciência e I&D), essenciais para podermos avançar com rapidez e eliminar obstáculos.

Educar a equipa: eles conhecem o seu ambiente tradicional. Dê-lhes a conhecer a nuvem e serão o melhor ativo no novo mundo. Encontrar talentos para preencher lacunas ao nível das competências e desenvolver a próxima geração de líderes na sua organização é sempre um bom investimento.

Permitir a experimentação: dê à sua equipa a liberdade de inovar, não aceite apenas as falhas, exija-as. Pessoalmente, gosto de dizer “falhe rapidamente” e já ouvi outros líderes falarem sobre o fracasso como uma parte necessária da descoberta e da inovação.

Criar um centro de excelência em nuvem: um erro seria levar a sua equipa de infraestruturas e chamá-la de “nuvem”. Deve criar uma equipa diversificada com pessoas de aplicações e pessoas de segurança e movimentar elementos dentro da equipa para otimizar a eficácia daqueles que trabalham na nuvem.

Envolver os parceiros: liberte a sua equipa para trabalhar na inovação, recorrendo a outsourcing para a gestão da infraestrutura tradicional.

Estas são apenas cinco dicas que pode aplicar para acelerar a adoção da nuvem e tornar-se um líder no seu setor nos próximos anos.