Muitas pessoas podem ter a sensação de que a Inteligência Artificial (IA) saltou diretamente dos filmes de ficção cientifica para a atualidade, mas na realidade esta tecnologia existe há mais de 50 anos. O termo surgiu pela primeira vez em 1956, quando o professor John McCarthy descreveu o objetivo de criar máquinas que pudessem ter inteligência semelhante à humana.
Antes de partir para qualquer conclusão sobre o impacto que a IA pode ter na indústria, importa perceber em que é que esta consiste, uma vez que este conceito ainda suscita algumas questões. A Inteligência Artificial é um campo da ciência que desenvolve sistemas de computador capazes de realizar tarefas que exigem inteligência humana. Isto inclui a capacidade de aprender, racionalizar, resolver problemas e tomar decisões.
No caso da indústria, a IA é a principal aliada na digitalização, apoiando as empresas na análise de grandes volumes de dados, otimizar os seus processos produtivos e aumentar a eficiência. A aplicação da IA na indústria vai além da automação de processos, uma vez que envolve a aplicação de algoritmos avançados para analisar dados e extrair contributos valiosos.
Todas as máquinas, sensores e sistemas estão constantemente a gerar dados que, quando analisados corretamente, podem revelar padrões e tendências preciosos. A IA permite que a leitura e análise dos dados seja efetuada correta e rapidamente, de uma forma que para o ser humano seria quase ‘impossível’ devido ao volume e complexidade dos dados.
Segundo o relatório “Industrial AI and AIoT Market Report 2021–2026”, da IOT Analytics, o mercado de IA Industrial valerá, em 2026, cerca de 80 mil milhões de euros, com uma taxa de crescimento composta anual de 35% em cinco anos (2021–26).
Apesar do crescimento acentuado, a adoção de IA pela indústria ainda é lenta, principalmente em Portugal e na Europa. Muitas das indústrias portuguesas ainda não estão digitalizadas. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o recurso a tecnologias que envolvem IA abrange já 7,9% das empresas, sendo que é mais comum nas grandes empresas.
A IA será a grande tendência dos próximos anos, o que muda, inevitavelmente, o panorama laboral. Muitas das tarefas de chão de fábrica serão substituídas por máquinas, libertando os recursos humanos para atividades mais criativas e estratégicas. A requalificação da mão de obra torna-se, pois, uma prioridade, exigindo uma abordagem proativa por parte das empresas e das políticas governamentais.
À medida que a IA continua a evoluir, as perspetivas para a indústria são promissoras. De acordo com o relatório World Robotics 2023, da International Federation of Robotics, prevê-se que a IA torne o setor industrial mais rápido, eficiente e acessível. A indústria 5.0 promete criar uma integração harmoniosa entre a Inteligência Artificial e a inteligência humana. Assim, é possível construir uma sinergia única, impulsionando a inovação e tornando um futuro industrial mais eficiente, sustentável e conectado.
A IA acarreta transformações profundas e inevitáveis, e o nosso desafio é explorá-la com responsabilidade, assegurando que esta continuará a ser uma aliada na criação de um futuro industrial mais eficiente, ético e inovador. A IA será a grande impulsionadora da transformação digital na indústria e vaiabrir portas para um nível de automação e otimização sem precedentes.