A sustentabilidade é um tema cada vez mais premente e que deve fazer parte de qualquer discussão sobre o futuro. Portugal é um país soalheiro, no qual se pode sentir particularmente a importância da eficiência energética, da poupança e da utilização de fontes de energia renováveis para garantir um futuro mais sustentável. Por que não aproveitar isso mesmo?
Os benefícios da energia solar e das renováveis em geral são, hoje, óbvios e conhecidos: a produção de energia a partir da fonte solar não emite gases de efeito estufa, trata-se de uma fonte de energia inesgotável e relativamente previsível. Ao contrário do que acontecia há uma década, em que não estava acessível a uma grande fatia de famílias e empresas, a energia solar tem-se tornado, cada vez mais, uma opção economicamente acessível, além de o investimento adicional poder ser rapidamente recuperado.
Estas múltiplas vantagens, comuns a outras fontes de energia renováveis, devem ser abraçadas pelos governos, instituições e famílias. Os governos – e estamos na iminência de uma nova legislatura – devem aumentar a ambição na oferta de incentivos a quem contribui ativamente para a sustentabilidade do país.
As empresas e as famílias devem entender que a opção pelas renováveis lhes possibilita grandes poupanças económicas, enquanto se evita a emissão de gases e se pode ainda acumular energia não utilizada, para uso em alturas em que não existe produção. E, como tal, é difícil compreender a medida anunciada recentemente pela AT – Autoridade Tributária de reverter a taxa de IVA de 6 para 23% a partir de 1 de julho de 2025 para os painéis solares e baterias de armazenamento de energia.
Deixo, por isso, o desejo de que os vários quadrantes da sociedade se possam unir num projeto sério, ambicioso e estruturado de transição energética. As energias alternativas representam uma solução crucial para os desafios energéticos e ambientais do século XXI. Com benefícios que vão desde a sustentabilidade ambiental até ao desenvolvimento económico, passando pelos benefícios sociais, a transição para uma energia mais verde e diversificada é não só desejável como necessária.