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“O mais importante é que todos tenham as mesmas oportunidades”

Ana Carvalho é diretora geral adjunta da MGEN em Portugal e tem trilhado uma carreira notável. Nesta entrevista fala-nos do seu percurso, de como equilibra vida pessoal e familiar e de tudo o que acredita ser importante para avançar na carreira, independentemente do género.
Ana Carvalho, Deputy General Manager
Ana Carvalho, Deputy General Manager
13 Março 2025, 09h57

O seu percurso de carreira tem sido notável. Pode identificar os momentos mais decisivos do seu desenvolvimento profissional?

Ao longo da minha carreira, tive a oportunidade de trabalhar em áreas muito diversas, o que me permitiu adquirir conhecimento em múltiplas dimensões. Na minha trajetória, penso que existe um momento claro que marca um ponto de viragem: quando comecei a trabalhar num projeto de expansão internacional. Foi um desafio a vários níveis – não apenas pela complexidade de levar um projeto a novos mercados e adaptar-me a diferentes culturas, mas também porque, ao mesmo tempo, enfrentava desafios pessoais relacionados com a minha saúde. Este projeto fez-me sair da minha zona de conforto. Lidar com novas realidades e garantir que tudo avançava com sucesso foi uma experiência transformadora. Essa fase permitiu-me reforçar a resiliência, a confiança e a capacidade de adaptação – competências que continuam a ser fundamentais no meu percurso.

Existem aspetos mais desafiantes por ser mulher?

Acredito que os desafios que enfrentamos ao longo da carreira não devem ser vistos pela perspetiva do género, mas sim pelas circunstâncias em que nos encontramos. Sempre defendi a igualdade de oportunidades e acredito que a competência, o empenho e a capacidade de entrega devem ser os principais fatores a definir o percurso de qualquer profissional. Dito isto, reconheço que, em algumas situações, as mulheres podem sentir uma maior necessidade de provar o seu valor ou de demonstrar segurança em ambientes tradicionalmente mais masculinos. No entanto, vejo isso não como um obstáculo, mas como um incentivo para continuarmos a quebrar barreiras e a construir espaços onde a diversidade e a meritocracia sejam os verdadeiros pilares do crescimento profissional. No meu percurso, nunca senti essa discriminação e sempre tive a oportunidade de evoluir com base no meu trabalho e nas oportunidades que me foram dadas. Felizmente, tenho trabalhado em ambientes onde o talento e a dedicação são reconhecidos independentemente do género, o que reforça a minha crença de que o mais importante é garantir que todos tenham as mesmas oportunidades para alcançar o seu potencial.

Como equilibra as suas responsabilidades profissionais e pessoais?
Nem sempre é fácil, e já passei por períodos muito desafiantes, com horários desajustados, muitas viagens e momentos em que parecia que tudo acontecia ao mesmo tempo. Mas aprendi que o segredo está em compensar – quando há fases mais intensas no trabalho, é essencial garantir que há momentos para recarregar. O que me ajudou a encontrar esse equilíbrio foi criar uma rotina que me permite começar bem o dia. Durante muitos anos, fui adepta do 5am Club – levantar cedo, quando tudo ainda está silencioso, dava-me tempo para preparar o dia, organizar as prioridades e ter um momento só para mim antes do ritmo acelerar. Em casa, há um ritual que não se quebra: o pequeno-almoço é sempre em família, um momento essencial antes de cada um seguir para o seu dia. E, claro, descomprimir é essencial. A praia é um dos meus escapes preferidos – o contacto com o mar ajuda-me a desligar e a recentrar.

O que é mais importante para conseguir esse equilíbrio?
Acho que o mais importante é perceber que ninguém consegue fazer tudo, todos os dias, de forma perfeita. Há momentos em que a vida profissional exige mais, e há momentos em que a vida pessoal tem de ser prioridade. O equilíbrio vem de aceitar isso e fazer ajustes conforme as fases. Outro ponto essencial é ter uma rede de apoio forte. Sou extremamente grata por ter pais excecionais, que sempre estiveram presentes e são um pilar essencial na gestão do dia a dia. Mas, acima de tudo, o equilíbrio vem de pequenas rotinas que criamos para garantir que não nos perdemos no meio do caos. Manter espaço para aquilo que nos faz bem, seja tempo com a família, seja um momento de pausa a sós, é essencial para conseguir dar o melhor de mim, tanto a nível pessoal como profissional.

Como a MGEN contribui, ou promove, esse equilíbrio?

A MGEN tem um papel fundamental em garantir que esse equilíbrio é possível. A flexibilidade que a empresa me dá permite-me gerir o meu tempo da melhor forma, garantindo que entrego resultados sem comprometer a minha vida pessoal. Isso faz toda a diferença – saber que tenho a autonomia para ajustar as minhas rotinas conforme necessário torna o equilíbrio muito mais natural e sustentável. Acredito que essa cultura da MGEN não só melhora o bem-estar dos colaboradores, mas também aumenta a sua produtividade. Quando temos espaço para gerir as nossas responsabilidades de forma equilibrada, entregamos mais e melhor. Se há algo que aprendi ao longo do tempo, é que ter uma boa gestão do tempo e uma estrutura que nos permite adaptar sem culpa é essencial. E isso é algo que a MGEN promove ativamente.

A MGEN promove a igualdade de género na organização?

A MGEN tem uma abordagem inclusiva ao mercado, garantindo que as suas soluções e serviços são acessíveis a todos, independentemente da sua idade, condição de saúde, género ou circunstâncias. O compromisso com a igualdade e a equidade está no ADN da organização, refletindo-se não apenas na forma como atuamos externamente, mas também na nossa cultura interna.

A visão de inclusão e respeito pela diversidade é trazida para dentro de casa, promovendo um ambiente de trabalho onde o talento e a competência são os verdadeiros critérios de crescimento. A MGEN garante que as oportunidades de desenvolvimento são dadas a todos.

Qual a sua mensagem para mulheres que têm skills de liderança?

Ao longo da minha trajetória, aprendi que construir uma carreira é um caminho que exige preparação, curiosidade e coragem para avançar. Quando o comboio das oportunidades pára na nossa estação, temos de ter a coragem de entrar, porque ele pode não voltar tão cedo. Nesta viagem, é essencial rodearmo-nos de pessoas que nos desafiem – que nos inspirem, que nos façam querer saber mais, testar e tentar outra vez. São essas pessoas que nos ajudam a crescer e a superar-nos, entregando sempre mais e melhor. Liderar também é perceber que não viajamos sozinhos. Um líder é, antes de mais, um elemento da equipa, alguém que segue no mesmo comboio, ouvindo, apoiando e garantindo que todos chegam mais longe.

Por isso, se posso dar um conselho a alguém, diria: quando a próxima oportunidade surgir, não fiquem na estação a ver o comboio passar. Subam, arrisquem e façam a viagem – de certeza que vai valer a pena!

 

Este conteúdo foi produzido em parceria com a MGEN.

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