Outubro é o Mês da História Negra no Reino Unido – uma celebração do papel vital e muito pouco reconhecido dos negros e das minorias étnicas na nossa história. O Ministério dos Negócios Estrangeiros e Desenvolvimento do Reino Unido assinalou-o com uma série de iniciativas, palestras e publicações que recordam a nossa história atribulada, o progresso alcançado e o quanto ainda está por fazer.

A diversidade racial e cultural do Reino Unido enquanto nação é agora amplamente aceite e celebrada como um dos nossos pontos mais fortes. Isto reflete-se cada vez mais na maneira como conduzimos as nossas relações internacionais, sendo que o número de diplomatas negros e de minorias étnicas em todo o mundo está a crescer – o que é correto – embora este crescimento seja ainda muito lento.

Quando representamos o nosso país em fóruns globais e em negociações, os nossos interlocutores reconhecem a perspetiva singular que a nossa história individual nos conferiu. Acreditamos que a nossa diversidade nos permite criar laços duradouros e significativos com mais pessoas, muitas vezes dissipando equívocos baseados no nosso passado. Em suma, a diversidade do Reino Unido é uma vantagem única para a nossa nação.

O perigo à medida que avançamos nesta matéria é tornarmo-nos complacentes, quando, na verdade, há muito a fazer. Eventos recentes lembram-nos, por exemplo, que alguns dos símbolos da nossa história, tais como certas estátuas e monumentos, requerem, no mínimo, um enquadramento mais equilibrado e melhor informação para poderem continuar a servir como referências públicas visíveis do nosso passado. É profundamente preocupante também constatarmos que em todo o mundo há sinais de que movimentos abertamente racistas, e muitas vezes violentos, estão a ganhar visibilidade, pondo em causa décadas de progresso.

As empresas e as organizações desempenham um papel vital na formação do panorama cultural e socioeconómico que será a história do futuro. Infelizmente, as iniciativas relacionadas com diversidade e inclusão no mundo dos negócios são muitas vezes vistas como uma questão unicamente do foro dos recursos humanos, em vez de transversal às áreas funcionais.

Na realidade, há cada vez mais provas convincentes de que a diversidade é a chave para o desempenho dos negócios. No mundo altamente concorrencial do capital de risco, para citar apenas um exemplo, um estudo recente revela que equipas de investimento homogéneas apresentam resultados significativamente piores em termos de tomada de decisões, quando comparado com equipas com maior grau de diversidade*. Perspetivas diversificadas contribuem para que as empresas desafiem o statu quo, compreendam a dinâmica dos mercados e inovem.

A diversidade e a inclusão, em suma, levam a sociedades mais fortes, melhores decisões e melhores resultados nos negócios. Ter consciência e perceber como os outros veem as questões é um elemento central da diplomacia, mas também do bem-estar das comunidades e das organizações.

 

*“The Other Diversity Dividend”, Gompers & Kovali, Harvard Business Review, agosto de 2018