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Riberalves: “O México está a caminho de se tornar o terceiro maior mercado de exportação”

A Riberalves fechou 2017 com uma faturação de 145 milhões de euros, dos quais cerca de 30% foram para exportação. As novas grandes apostas na frente externa são o México e a República Dominicana.
29 Setembro 2018, 11h00

A Riberalves, uma empresa 100% nacional, já exporta 30% das suas vendas, quantificadas no ano passado em cerca de 145 milhões de euros. Portugal à parte, os principais mercados no exterior são Brasil e Angola.

Mas a empresa sedeada em Torres Vedras tem outras perspetivas de crescimento na frente externa. Em entrevista ao Jornal Económico, Ricardo Alves, administrador da Riberalves, prevê que, a curto prazo, o México passe a ser o terceiro mercado exportador do grupo, além de sublinhar as potencialidades de exportação de bacalhau para as Caraíbas, em particular para a República Dominicana, sendo de referir que o processo de internacionalização da empresa já coloca hoje em dia os produtos da Riberalves em mais de 20 países diferentes.

Fundado em 1985, o grupo tem assente o seu crescimento na transformação de bacalhau e na apresentação de produtos inovadores aos consumidores, como por exemplo o bacalhau demolhado ultracongelado, com a procura em alta, em contraposição ao tradicional bacalhau salgado seco. Mudam os tempos, mudam as vontades, mas a procura pelo bacalhau, seja qual for o tipo, não esmorece.

De que forma é que a inovação (bacalhau pronto a cozinhar, sem pele e/ou sem espinhas) tem estado a fomentar o crescimento da atividade da Riberalves nos últimos tempos e quais são as perspetivas de o fazer nos próximos anos?

A inovação foi decisiva para a Riberalves. O ‘Bacalhau Pronto a Cozinhar’ foi lançado pela Riberalves há 18 anos como uma aposta inovadora, num setor muito agarrado à tradição em torno do ‘Bacalhau Salgado Seco’, cujo consumo estava naturalmente muito enraizado no país, até por razões históricas. Mas o produto chegou como uma grande evolução, capaz de responder às novas necessidades dos consumidores, dentro e fora de Portugal, começando a ganhar o seu espaço.

O impacto na Riberalves foi claro: veio a dinamizar fortemente as exportações da empresa, especialmente para mercados que tinham fortes constrangimentos relacionados com a demolha do bacalhau. O Brasil, o nosso principal mercado de exportação, será o melhor exemplo disso mesmo. E, em Portugal, iniciou-se nesse momento uma transferência do consumo, do ‘Bacalhau Salgado Seco’ para o ‘Bacalhau Pronto a Cozinhar’, porque as famílias se tornaram cada vez mais exigentes em termos de qualidade e de conveniência.

A Riberalves acompanhou e promoveu esta mudança, lançando novos produtos, crescendo de forma consistente e tornando-se cada vez mais uma marca, a marca de referência do sector do bacalhau. Hoje, o ‘Bacalhau Pronto a Cozinhar’ já representa mais de 60% das vendas totais da empresa. E a tendência é para este produto continuar a crescer.

Como tem estado a decorrer o novo mercado do México e quais as razões que explicam esta nova aposta geográfica da Riberalves?

Está a correr muito bem. O México é uma aposta muito recente da Riberalves, mas a caminho de se tornar já o terceiro principal mercado de exportação. Trata-se de um mercado relevante onde existe predisposição para o consumo de produtos salgados, como o bacalhau e espécies semelhantes. Iremos terminar o ano com mais de 400 toneladas colocadas diretamente na grande distribuição, onde fechámos um acordo para fornecimento de produtos já preparados para o consumo, como é exemplo o bacalhau sem pele e sem espinhas.

Mais uma vez, a nossa estratégia foi inovar, garantindo qualidade e conveniência e apresentando novas soluções para os consumidores. Só assim foi possível entrar neste mercado.

A exemplo do México, estas apostas de inovação da Riberalves podem abrir novos mercados geográficos para as exportações da empresa no futuro? Se sim, quais e com que perspetivas temporais e de faturação?

A nossa experiência permite-nos apostar em mercados onde existam hábitos de consumo de produtos salgados, seja bacalhau ou espécies semelhantes. Nesse sentido, estamos naturalmente atentos a novas geografias, especialmente onde possamos acrescentar qualidade e conveniência com os produtos ‘Pronto a Cozinhar’, onde temos esta experiência, capacidade de inovação ou até de adaptação. Outro dos países que se pode tornar importante a curto prazo será a República Dominicana, onde o mercado vale cerca de 12 mil toneladas/ano.

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