Após um ano de Trump como Presidente dos Estados Unidos, o mundo ainda não acabou, mas não tem sido fácil.
Tenho a convicção de que Donald, “no fundo, no fundo do seu ser”, não queria mesmo ser Presidente dos Estados Unidos da América (EUA). Mas depois, e com o facto mais ou menos consumado, voltar atrás era complicado. Impressões à parte há outros pontos sobre os quais deve ser feita uma reflexão.
É digno de nota que os primeiros anos de todas as presidências dos EUA sejam, por regra, um pouco menos favoráveis. Há uma aprendizagem a ser feita por parte do detentor do cargo e, portanto, a popularidade do Presidente nem sempre é a melhor neste momento inicial. Ainda assim, e com isso em mente, a impopularidade de Trump é tão elevada que atinge níveis históricos. Uma vez mais, nada de surpreendente dadas as imensas gafes, avanços e recuos (devo falar-vos da política externa relativa à Coreia do Norte ou Israel, que tem sido comunicada e feita através do Twitter, por exemplo?) na sua “estratégia”, a que acresce um país dividido.
Muita gente considera que os (relativamente) bons resultados económicos dos EUA no último ano se devem a políticas públicas iniciadas na era Trump. Ora, não é preciso ser-se economista para perceber que isso não é assim tão claro, nem pode ser visto como uma conclusão imediata: as políticas públicas demoram tempo a realizar (a letra da lei) e, depois, a ser implementadas. Por último, as políticas públicas levam tempo até ter impacto e alcançar resultados tangíveis. Logo, não me parece abusivo concluir que esta boa prestação económica (ainda que estando dependente de “bons ventos” internacionais mais imediatos) se deva mais à anterior administração (Obama) do que à actual administração.
No entanto, há alguns aspectos que podem ser considerados como positivos, ou inclusive vitórias, para a Administração Trump. Mais recentemente, no final de 2017, a reforma dos impostos foi assinada com o apoio dos republicanos, que agora controlam ambas as câmaras e se mostram sedentos de mudança. Mas isso não aconteceu sem que houvesse, aqui e ali, problemas e confusões a que Trump já nos habituou. Aliás, esse é, não raras vezes, um dos grandes problemas desta Administração e, mais especificamente, do Presidente.
É real a vacinação que todos nós temos no que respeita à sua actuação pouco institucional e até chocante do ponto de vista do comportamento de uma figura com tamanha influência e prestígio. E não, não estou a falar de “estilo governativo”, mas de responsabilidade ou da falta dela. Como, por exemplo, a luta contra o Estado Islâmico e até alguns ganhos em relação à Síria. Contudo, resta saber se esta política militar se deve a uma interpretação benéfica do actual Presidente dos EUA, aos militares “de sempre”, ou a alguma sorte aleatória.
Análises de fundo e no futuro esperam-se, daquelas que vão além das nossas intuições, interpretações abusivas de factos e baseadas em dados mais ou menos claros. Aguardemos.
A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.