Nos últimos dois meses, quando falamos com os decisores em Portugal, existe sempre uma enorme incógnita ao olhar para o futuro, porque não se sabe o que Donald Trump fará como 47º presidente dos Estados Unidos da América. Será assim também noutros países, com outros decisores, mas com as mesmas dúvidas.

O ano passado foi o de todas as eleições, com cerca de 2,6 mil milhões de eleitores registados chamados a participar no que foram 74 atos eleitorais para a escolha de parlamentos, governos e presidentes, mas nenhum com o impacto global da eleição norte-americana.

Trump venceu expressivamente, sem margem para dúvidas. Tem um mandato robusto e enfrentará menos obstáculos, contando com as maiorias republicanas no Senado e na Câmara dos Representantes, ainda que nem sempre precise delas. Além disso, tem procurado rodear-se dos seus leais e pelas escolhas que tem anunciado estará, desta vez, menos disposto a compromissos. Isto significa que todas as ameaças, diatribes, tomadas de posição que tem ensaiado no último ano podem tornar-se realidade, no todo ou em parte. Internamente, em setores como a energia, os ativos financeiros ou a saúde e a política de imigração; e externamente, nas relações comerciais com a China e a Europa – em que poderá moldar tarifas –, na política ambiental, na defesa ou na abordagem aos conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente.

Podemos dizer que 2025 não teve início no dia 1 de janeiro, como seria normal, mas começará no dia 20, o dia da tomada de posse de Donald Trump. Será um princípio rápido, com promessa de decisões logo nos primeiros dias. E como foi uma vitória pessoal, contra todos, vem pela mudança, para fazer diferente, e não terá baias.