São Tomé e Príncipe realiza eleições gerais em 2026, numa altura em que os dois maiores partidos do arquipélago vivem momentos de divisão interna, e o atual chefe de Estado, Carlos Vila Nova, ainda não assumiu se vai recandidatar-se.
As eleições autárquicas, regionais, legislativas e presidenciais ainda não têm data marcada, mas deverão acontecer no segundo semestre, quando continua por aprovar um novo código eleitoral, em que deverá ser aplicado o recenseamento eleitoral automático, a partir dos dados da Direção-Geral dos Registos e Notariado.
Até ao momento, ninguém se posicionou como candidato às eleições presidenciais, mas têm sido apontados como potenciais concorrentes o atual chefe de Estado, Carlos Vila Nova, o ex-presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves e o ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada.
No entanto, vários juristas defendem que Patrice Trovoada não preenche os requisitos legais para ser admitido como candidato, uma vez que a Constituição da República são-tomense define que “só pode ser eleito Presidente da República” o cidadão “que nos três anos imediatamente anteriores à data da candidatura tenha residência permanente no território nacional”.
Patrice Trovoada, que é presidente da Ação Democrática Independente (ADI), saiu de São Tomé e Príncipe em janeiro, quando foi demitido da chefia do Governo, e nunca mais regressou, tendo admitido que o partido viveu momentos de divisão interna que ameaçavam a sua existência.
O partido ADI vai a congresso em abril para escolher o candidato único a ser apoiado pelo partido nas eleições presidenciais e também o novo presidente do partido, que para já são candidatos o atual primeiro-ministro Américo Ramos, aliado do atual presidente da República, e o vice-presidente da Assembleia Nacional, Abnildo de Oliveira, aliado de Patrice Trovoada.
Por outro lado, a direção do maior partido da oposição, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), tem sido contestada por um grupo de dirigentes e militantes do partido, incluindo ex-presidentes e candidatos derrotados nas últimas eleições internas.
“Qualquer partido que esteja desorganizado e desunido não consegue atingir os seus objetivos. E nós estamos preocupados, pois o tempo está a passar, e é urgente que nos organizemos rapidamente para vencer. É um partido que aspira ao poder. O MLSTP é o partido para a governação”, referiu a ex-ministra dos Negócios Estrangeiros Elsa Pinto que esteve num fórum organizado pelo grupo contestatário, a revelia da direção do MLSTP, liderado por Américo Barros.
Por sua vez, o presidente do Movimento Basta, Levy Nazaré, com dois eleitos no parlamento, já se afirmou como candidato do partido a primeiro-ministro, assumindo-se como alternativa à governação.
“Nós vamos partir para a pré-campanha no próximo ano com a ambição de chegar ao Governo e materializar a proposta que vamos apresentar ao país”, declarou Levy Nazaré em entrevista à Lusa.
A coligação Movimento de Cidadãos Independentes-Partido Socialista/Partido de Unidade Nacional (MCI-PS/PUN), liderado por Domingos Monteiro, com cinco deputados, tem se desdobrado em ações no sentido de concorrer ao nível nacional, contrariamente às últimas eleições em que concorreu apenas nos distritos de Caué, Lembá e na Região Autónoma do Príncipe.
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