Mario Draghi abandona a presidência do Banco Central Europeu (BCE), mas na recta final do mandato reforça o apelo aos Governos dos países da moeda única, num repto que já tinha lançado aquando do anúncio do pacote de estímulos na última reunião.
“Eu falo sobre política orçamental como um complemento necessário à política monetária desde 2014. Agora, a necessidade é mais urgente do que antes”, disse Mario Draghi em entrevista ao Financial Times, publicada esta segunda-feira. Num balanço sobre os oito anos à frente do banco central, o italiano realça que “a política monetária irá continuar a fazer o seu papel, mas os efeitos colaterais negativos à medida que se avança são cada vez mais visíveis”.
“Fizemos o suficiente? Sim, fizemos o suficiente – e podemos fazer mais. Mas o que está a faltar? A resposta é política orçamental, essa é a grande diferença entre a Europa e os Estados Unidos”, disse.
Sobre a sua sucessora Christine Lagarde, Mario Draghi elogiou o trabalho à frente do FMI. “Todas as decisões de política [monetária] dependem das circunstâncias, mas não tenho motivos para pensar que as pessoas que se vão sentar nestas cadeiras nos próximos anos irão interpretar o âmbito do nosso mandato de uma forma diferente do que a do Conselho de Governadores, que se reuniu no verão de 2012, fez”, realçou.
Questionado sobre se é possível haver retrocessos, o italiano mostra-se confiante e deixa um recado: “Não. As pessoas compreenderam os benefícios da moeda única. A confiança está a aumentar. Os opositores do euro não tiveram sucesso”, disse, segundo a versão integral da entrevista publicada no site do BCE.
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