A escassez de habitação, apesar de não ser um desafio recente, tem-se vindo a intensificar cada vez mais ao longo deste ano. Nas principais cidades portuguesas, nomeadamente onde se localizam os polos universitários, este tema é ainda mais premente dada a falta de disponibilidade de locais para acolherem os estudantes.
A habitação é assim um dos aspetos que mais impacta a decisão do percurso académico dos estudantes. Para além da escolha da área de formação, de garantirem que as notas de entrada estão asseguradas, o acesso a habitação e o nível de vida na cidade são, hoje em dia, preocupações ativas dos universitários neste que é um momento tão decisivo das suas vidas, o da entrada no ensino superior.
Se optarem, por exemplo, por selecionar Lisboa como a cidade onde querem iniciar o percurso académico, têm dois caminhos possíveis na escolha de habitação: procurar uma casa/apartamento; ou optar por uma residência de estudantes. Enquanto, em 2022, os preços médios rondavam os 450 euros, em 2023 uma pesquisa nos principais agregadores de ofertas tornam difícil encontrar um quarto por menos de 600/700 euros. É nesse contexto de ponderação e análise por parte dos estudantes e familiares, que o mercado Purpose Built Student Accommodation (PBSA) – alojamento desenvolvido por iniciativa privada para alojar estudantes do ensino superior – ganha mais peso e relevância.
Ao optarem por uma solução de residência para estudantes, principalmente com opção de regime “tudo incluído”, o que à partida teria um valor muito elevado, acaba por, em alguns casos, representar uma poupança na despesa de alojamento. Se regressarmos ao exemplo do aluno que escolhe Lisboa para estudar, vai conseguir encontrar um quarto por um valor médio nunca inferior a 400 euros, sendo que a essa despesa se somam os custos com água, gás, eletricidade, wifi, televisão, ginásio, lavandaria, entre outras.
Assim, a opção de ficar alojado numa residência universitária é muitas vezes considerada como uma alternativa mais atrativa, uma vez que o valor indicado logo à partida incluí todas essas despesas. Para além do preço competitivo, estes espaços acabam por trazer mais valias no que toca à socialização e ao estabelecimento de relações com outros estudantes que se encontram na mesma fase da vida. As residências universitárias asseguram também uma sensação de segurança aos pais/encarregados de educação, uma vez que sabem que os filhos vão ter um acompanhamento permanente 24/7 com equipas especializadas para responderem às necessidades dos estudantes.
Num momento cheio de mudanças e de adaptação a um novo ambiente académico, ter com quem partilhar experiências e dinâmicas que estimulem o networking entre estudantes e aumentem o sentido de comunidade, acaba por ser bastante valorizado. A relação qualidade/preço fica assim reforçada através da poupança que conseguem fazer e da segurança que é dada na parte de integração numa nova cidade, em muitos casos, totalmente desconhecida.
O foco dos estudantes deve estar em aproveitarem este que é um dos momentos mais importantes e enriquecedores da sua vida num espaço que garante tudo aquilo de que necessitam para que se sintam melhor do que em casa. Quando a habitação é o que mais os preocupa, a eles e aos seus pais, sabemos que estamos perante um ambiente que valoriza verdadeiramente o contributo que estes alunos terão no futuro da nossa sociedade.
