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“O que Trump afirma hoje, desafirma amanhã, isto vai contra a estabilidade que os investidores precisam”

“Qualquer candidato nos EUA, que suporte a transição energética, que suporte as energias renováveis, é alguém que tem os nossos valores”, disse hoje o administrador da EDP Pedro Vasconcelos.
12 Setembro 2024, 14h39

Entre os dois candidatos à Casa Branca, Donald Trump é o que menos privilegia as energias renováveis e a transição energética, disse hoje o administrador da EDP, Pedro Vasconcelos.

Os EUA são um mercado importante para a elétrica portuguesa, sendo o seu maior mercado, com base nas energias renováveis.

Trump “é contra esta lógica de transição energética, e o que o sector energético precisa é de visibilidade e estabilidade. O que afirma hoje, também desafirma amanhã, e isto vai contra a estabilidade de que os investidores precisam”, disse o responsável esta quinta-feira.

“Qualquer candidato nos EUA, pela responsabilidade que tem, que suporte a transição energética, que suporte as energias renováveis, é alguém que tem os nossos valores”,  afirmou na conferência Energy 2024, organizada pelo jornal Eco, que teve hoje lugar em Lisboa

Na sua intervenção, afastou também a possibilidade de uma fusão entre a EDP e a EDP Renováveis. “Neste momento, não. A organização captura a dinâmica de negócio. Estamos confortáveis com a nossa estrutura acionista”.

Já em julho, o CEO do grupo EDP afirmou que a política verde nos EUA não está dependente da Casa Branca.

“O crescimento das energias renováveis nos EUA tem sido conduzido pelos estados. Não é preciso nenhuma licença federal”, disse Miguel Stilwell d’Andrade na ocasião.

Sobre se o programa de fomento IRA, lançado por Joe Biden, está em risco, o gestor recusa essa hipótese. “Não é o caso, o consenso no mercado é que o IRA” não sofrerá alterações, salientando que os créditos fiscais ao investimento e produção (ITC e PTC) têm sido “bipartidários”.

“Temos um pipeline forte. As grandes tecnológicas querem construir centros de dados. Temos muito conforto. Vai haver uma forte procura. Mesmo que seja a administração Trump, a procura vai estar lá”, assegurou.

O gestor destacou que a companhia atua em mais mercados além dos EUA. “Temos um grande portefólio, muitas geografias e oportunidades. As melhores oportunidades em termos de risco e retorno. Construímos um pipeline forte. Não estamos preocupados com as eleições nos EUA. Continuamos a ver muita procura e muitas oportunidades em todo o mundo”.

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