Nos últimos meses, quase todas as previsões apontavam para a proximidade de uma recessão económica à escala global. Aos poucos, o otimismo parece estar a regressar.

Há sinais objetivos no mercado que materializam esse sentimento mais positivo, desde logo nas ações que registaram esta semana novos máximos históricos em Nova Iorque, com as bolsas europeias a poucos pontos percentuais de fazerem o mesmo. As taxas de juro têm vindo a recuperar em todos os prazos, ainda que lentamente, mesmo nas maturidades mais curtas. Existe a ideia de que não haverá necessidade de mais cortes de taxas no curto prazo.

Os indicadores económicos mais recentes, não sendo ótimos, são animadores. O PMI da indústria da zona euro recuperou em outubro face à pior leitura dos últimos sete anos no mês anterior. Na Alemanha, as encomendas à indústria subiram 1,3% em setembro, acima do esperado. O ISM dos serviços nos EUA também melhorou em outubro e sinaliza que a atividade económica tem vindo a obter apoio nos serviços. E, em outros indicadores, fica patente o menor pessimismo dos agentes económicos. Há perspetivas de um entendimento entre os EUA e a China que permita uma maior normalização das transações comerciais internacionais. O risco de um agravamento da “guerra comercial” parece estar mais afastado.

Apesar de persistirem “nuvens negras” no horizonte, há a perceção de que o apoio dos bancos centrais e a possibilidade de coordenação da política monetária com a política fiscal em caso de necessidade, podem ser suficientes para impedir uma recessão.