No início de setembro, recebemos a notícia da associação do Reino Unido aos programas europeus Horizonte Europa e Copérnico. Este acordo, há muito aguardado, garante que as universidades e centros de investigação do Reino Unido continuarão no centro da colaboração europeia em ciência e investigação e, na sequência do “Windsor Framework”, demonstra o nosso empenho em trabalhar em conjunto com a União Europeia para enfrentar os nossos desafios comuns.

Este acordo é também muito importante para as relações bilaterais entre o Reino Unido e Portugal, importantes parceiros na área da investigação. Um em cada cinco cientistas portugueses estabelecidos no estrangeiro encontra-se no Reino Unido. Recentemente, a PARSUK, a Associação Portuguesa de Investigadores e Estudantes no Reino Unido, realizou um estudo, cofinanciado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela Embaixada Britânica em Lisboa, que mapeou a colaboração científica entre Portugal e o Reino Unido. Este estudo, que será apresentado em dezembro, mostra que as colaborações entre investigadores portugueses e britânicos:

  • São muito produtivas, em quantidade e qualidade: das quase quinze mil publicações, 80% foram publicadas no top 25% das revistas mais prestigiadas e foram identificados 40 pedidos de patentes;
  • Ocorrem em áreas temáticas alinhadas com as prioridades estratégicas dos dois países, incluindo oceanos, clima e sustentabilidade;
  • Geram valor económico, através da criação de conhecimento, registo de patentes e desenvolvimento de novos produtos e serviços;
  • Para além dos aspetos formais (artigos científicos etc.), têm também uma vertente quase invisível, de parcerias informais entre dois ou mais investigadores;
  • Estão fortemente assentes nas relações pessoais entre investigadores britânicos e portugueses.

Desde que cheguei a Portugal, há cinco anos, fiquei impressionado com o apreço quase universal pela competência britânica em matéria de investigação e pelo nosso ensino superior. Muitos portugueses estudaram em universidades britânicas e mantêm fortes ligações com a sua Alma Mater e com o próprio Reino Unido. Em muitos casos, estas fortes ligações pessoais são acompanhadas de fortes laços entre as instituições de investigação portuguesas e as suas congéneres britânicas.

O anúncio da associação do Reino Unido aos programas Horizonte Europa e Copérnico é uma oportunidade de ouro para revigorar estas relações e aprofundar a colaboração científica entre os nossos dois países.