[weglot_switcher]

OCDE corta crescimento da economia mundial para 2,9% e apela a ação política concertada

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento projeta um crescimento do PIB mundial de 2,9% no próximo ano e da zona euro de 1,2%. Instituição alerta para a necessidade de ações políticas “imediatas” para diminuir a incerteza internacional e aumentar a resiliência contra os riscos.
21 Novembro 2019, 10h01

O crescimento do PIB mundial permanece fraco, com uma desaceleração em quase todas as economias este ano, e o comércio global está estagnado. O alerta é da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE), que apela a uma ação política a nível global capaz de responder ao abrandamento do crescimento mundial, que é o “mais fraco desde a crise financeira”.

No “Economic Outlook”, divulgado esta quinta-feira, a instituição liderada por Ángel Gurría cortou as projeções de crescimento do PIB mundial para 2,9% no próximo ano, menos 0,1 ponto percentual do que no relatório intercalar de setembro. Para este ano, a OCDE prevê um crescimento de 1,9%, enquanto em 2021 vê a economia a ter uma expansão de 3%. Já para a zona euro, a OCDE projeta um crescimento de 1,2% nos três anos em análise.

“O aprofundamento contínuo das tensões nas políticas comerciais desde maio está a afetar cada vez mais a confiança e o investimento, aumentando ainda mais a incerteza política”, explica a instituição, que considera que os efeitos dos estímulos da políticas monetárias adotadas pelos bancos centrais parecem ter menos efeitos do que no passado.

A OCDE considera que a incerteza internacional levanta “preocupações de que as expectativas de crescimento continuem a diminuir na ausência de ação política”.

“O crescimento pode ser ainda mais fraco se os riscos negativos se materializarem ou interagirem, incluindo a partir de um aumento das restrições à política comercial e investimento transfronteiriço, a contínua incerteza  sobre o Brexit, a incapacidade dos estímulos evitarem um abrandamento mais acentuado na China e o surgimento de vulnerabilidades financeiras das tensões entre o abrandamento do crescimento, a elevada dívida das empresas e a deterioração da qualidade do crédito”, justifica.

A instituição insta os governos a agirem, considerando que “a perspectiva económica moderada e os crescentes riscos negativos exigem ações políticas imediatas para reduzir a incerteza”, de modo garantir apoio suficiente à procura, aumentar a resiliência contra riscos e fortalecer as perspectivas de padrões de vida a médio prazo.

(Atualizado às 10h23) 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.