O Governo reconhece no cenário macroeconómico a desaceleração da economia, como temos vindo a alertar. Tal reforçaria a necessidade de políticas do lado da oferta para aumentar o nosso PIB potencial. Mas refletindo a atual solução governativa, o Governo concentra- se em medidas de estímulo à despesa.

É um orçamento pós-eleitoral na medida em que o Governo teve que acomodar propostas do PCP e BE na sequência do desconforto destes partidos com os seus resultados nas eleições autárquicas.

É assim muito simpático para a Função Pública e negativo para as empresas, sendo pois amigo da distribuição e não da criação de riqueza.

Também a saúde dos portugueses e o CO2 têm costas largas, pois em seu nome estão previstos novos aumentos na tributação indireta.

No IRS está previsto algum alívio aos que menos ganham mas é importante referir que, segundo o FMI, Portugal é dos países onde o IRS mais reduz as desigualdades na distribuição dos rendimentos e onde os mais pobres já pagam menos IRS. Embora com um valor simbólico para os mais pobres ninguém deveria ficar isento do IRS para que todos tivessem consciência de que são os impostos que financiam os gastos públicos.

Em suma, um orçamento simpático para eles, os cidadãos, e antipático para elas, as empresas. Clara diferenciação de género…