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OE2019: Guerra comercial e outros fatores externos são os riscos para a economia

Na análise de sensibilidade, indica que um aumento do preço do petróleo, em 2019, 20% acima do assumido no cenário central, teria um impacto de 0,1 pontos percentuais no PIB real, situando-se em 2,1%.
16 Outubro 2018, 01h13

Os principais riscos para o cenário macroeconómico definido na proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) são externos, na perspetiva do Governo. A guerra comercial e a intensificação de políticas internacionais protecionistas são as principais, mas há outros três riscos.

“Embora o contexto internacional permaneça favorável, adensaram-se os riscos negativos para o crescimento e o comércio mundiais, relacionados com o aumento das tensões comerciais entre os EUA e a China na sequência da intensificação de políticas protecionistas, iniciadas, em 2018, pelos EUA com a imposição de tarifas alfandegárias sobre as importações de determinados produtos provenientes da China e também da União Europeia”, assinala o documento.

O Governo antecipa que o produto interno bruto (PIB) cresça 2,2% no próximo ano, de acordo com a projeção inscrita na proposta de OE2019. A estimativa representa uma revisão em baixa de 0,1 ponto percentual em relação ao que estava inscrito no Programa de Estabilidade (PE) entregue em abril.

A par da guerra comercial, e ainda no contexto internacional, o Governo destaca outros fatores que poderão exercer um impacto negativo no crescimento de Portugal.

O Executivo liderado por António Costa aponta para pressões sobre o preço do petróleo causadas, nomeadamente, pela persistência das tensões no Médio Oriente, agravadas pela aplicação de sanções dos EUA ao Irão e, pela deterioração da situação económica e social da Venezuela, com efeitos numa possível redução da oferta de petróleo.

Na análise de sensibilidade, indica que um aumento do preço do petróleo, em 2019, 20% acima do assumido no cenário central, teria um impacto de 0,1 pontos percentuais no PIB real, situando-se em 2,1%.

O agravamento de crises em várias mercados emergentes (Brasil, Argentina, Venezuela, Turquia, Irão), a incerteza quanto ao desfecho e aos efeitos do Brexit e tensões políticas na Europa, com potencial de impacto na confiança dos investidores, são os outros fatores identificados.

“Os fatores internacionais atrás descritos podem contribuir para uma desaceleração da economia da área do euro mais acentuada do que o previsto e, dessa forma, refletir-se na dinâmica da economia portuguesa. Os riscos para o cenário macroeconómico são, portanto, predominantemente de origem externa”, acrescentou o Governo.

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