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Oeiras recebe centro de cibersegurança para formar mais de 400 PME e entidades públicas até 2026

O projeto chama-se Ciber4ALL e é totalmente financiado pelo PRR, em 1,3 milhões de euros. Por detrás desta capacitação para a segurança informática está um consórcio entre a AIP, a Câmara Municipal de Oeiras, o Instituto Politécnico de Setúbal e a Universidade Autónoma.
21 Outubro 2024, 07h30

A Área Metropolitana de Lisboa vai ter um novo polo de formação em segurança informática para empresas públicas e privadas. Esta segunda-feira vai ser apresentado ao público o Centro de Competência em Cibersegurança chamado “Ciber4ALL”, que irá capacitar 452 pequenas e médias empresas (PME) e entidades pública nesta área da utilização segura dos dados.

O projeto, que deverá estar concluído até ao fim do primeiro trimestre de 2026, é totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – com um valor de 1,3 milhões de euros – e promovido por um consórcio liderado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e constituído também pelo Instituto Politécnico de Setúbal, Universidade Autónoma e Câmara Municipal de Oeiras.

“O Ciber4ALL é o centro regional de Lisboa para a cibersegurança. Foram constituídos sete centros espalhados pelas NUTS II de Portugal para descentralizar a capacitação em cibersegurança. Cada região NUTS II tem o seu centro e nós candidatámo-nos, no âmbito do PRR, parar criar e gerir o da região de Lisboa de Lisboa. Vai localizar-se junto à Câmara de Oeiras”, explicou ao Jornal Económico (JE) o diretor da AIP para a Economia, Financiamento e Inovação.

Paulo Alexandre Caldas afirma que o motivo desta descentralização de competências é a proliferação de ciberataques. “Como sabemos, os ciberataques estão na moda e a aumentar. Há aqui um crescimento significativo e a tendência é continuarem a aumentar. O centro visa a capacitação das entidades da Administração Pública e das empresas, sobretudo PME, porque são quem mais precisa, uma vez que não têm meios ou dimensão para ter essa capacitação que as consiga dotar de recursos que possam agir contra estes ciberataques”, refere.

No próximo ano e meio, a AIP irá dar formação a 452 entidades, entre PME e instituições da Administração Pública, criando condições físicas e tecnológicas para a implementar e operacionalizar um novo modelo de coordenação da cibersegurança, disponibilizando orientações para cumprirem com os requisitos legais e de certificação, conselhos para adoção de melhores práticas e redução do risco. A associação servirá também de ponte com o C-Academy e o Polo de Inovação Digital – C-HUB.

“Vai haver um cyber check-up para cada uma dessas 452 entidades capacitadas, um plano de diagnóstico, assim como um plano de ação para a cibersegurança. Como é que iremos capacitar essas entidades? Com bootcamps, pequenos-almoços e almoços de discussão executiva, workshops setoriais temáticos… Vamos tentar encontrar atividades que possam levar à capacitação plena”, detalhou o diretor da AIP para a Economia, Financiamento e Inovação.

A iniciativa vai ser lançada esta manhã no centro cultural Templo da Poesia, no Parque dos Poetas, em Oeiras, onde estará um dos núcleos do centro. “O centro começa a funcionar de imediato. Teremos técnicos, coordenadores do centro… Podemos estimar, entre os quatro parceiros, 25 pessoas envolvidas”, diz Paulo Alexandre Caldas ao JE. Os restantes núcleos do centro localizar-se-ão em infraestruturas geridas pelos outros parceiros do consórcio.

Investimento da ‘bazuca’ com futuro além ‘bazuca’

Paulo Alexandre Caldas, enquanto porta-voz do líder do consórcio, garante que “o centro continuará depois do PRR”. “Haverá vida neste centro depois de março de 2026. Queremos que se mantenha sustentável. A autarquias e as PME precisam deste tipo de intervenção, porque não têm dimensão para fazer investimentos nestas áreas”, sublinha o representante da AIP, a mais antiga associação empresarial de Portugal.

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