O novo Volkswagen elétrico low cost vai ser construído na Autoeuropa, Palmela, distrito de Setúbal, anunciou hoje a marca alemã, citada pela “Reuters”.
O ID.1 vai ter um custo de 20 mil euros e será lançado em 2027.
“Este automóvel vai ser construído na nossa fábrica em Palmela, Portugal”, disse o CEO da marca Volkswagen Thomas Schafer esta segunda-feira em Wolfsburg a cidade natal da empresa na Alemanha, citado pela agência alemã “DPA”.
O executivo apontou que a fábrica portuguesa é uma das mais eficientes em termos de custo da empresa.
Esta era uma ambição da Autoeuropa há já algum tempo.
A imprensa alemã apontava há uns meses quais eram as principais favoritas à vitória: a Autoeuropa, a fábrica de Poznan na Polónia e a principal fábrica da Skoda em Mladá Boleslav na Chéquia, com a fábrica em Bratislava, na Eslováquia, a ficar de fora. O “Der Spiegel” sublinhava que as fábricas alemãs em Zwickau e Emden estavam fora de jogo devido aos seus custos de produção mais elevados. A fábrica portuguesa era elogiada no artigo da revista alemã por ser “particularmente eficiente”.
Na indústria automóvel, as fábricas podem pertencer à mesma empresa, mas na verdade são rivais. Competem por mais investimento, nova tecnologia, novos modelos. É neste feroz ambiente competitivo que vive a Autoeuropa. Entre os trabalhadores da Autoeuropa sempre existiu o sentimento que as fábricas alemãs são favorecidas face às restantes. Mas a crise no sector levou a empresa a tomar medidas de reestruturação que contemplam as unidades alemãs.
A 21 de fevereiro, a fábrica liderada por Thomas Hegel Gunther dizia estar em “fase de preparação para o lançamento do novo modelo”, o T-Roc híbrido, o que deverá acontecer ainda este ano. Já a versão 100% elétrica será produzida na Alemanha.
Em Palmela, existem sinais de que o T-Roc vai passar a ter motorizações apenas híbridas a partir de 2026, acabando os modelos unicamente térmicos. Questionado pelo JE sobre esta possibilidade, fonte oficial não fez comentários na altura.
A Volkswagen está a investir 600 milhões de euros para renovar as linhas de montagem da Autoeuropa.
A vinda do novo elétrico para Palmela seria uma “boa notícia para a indústria nacional. Neste momento, todas as fábricas estão a tentar ter modelos elétricos”, sublinha Hélder Barata Pedro, presidente da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
Já o analista Mário Martins destaca que a Autoeuropa é a “principal referência” de Portugal. “Conseguirmos ter a produção de um veículo elétrico de massa a baixos preços, seria ótimo para a Autoeuropa e para o país. Isto implica a adequação de linhas de montagem, o que significa muito investimento direto estrangeiro”, segundo o analista da Vantage Markets.
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