O tema “Robot”, lançado nos anos 80 pelo grupo Salada de Frutas, liderado pela vocalista Lena d’Água, revela a curiosidade do impacto (de então) da tecnologia na sociedade. Com o avançar da inteligência artificial, surgem novas possibilidades que permitem transformar os espaços onde vivemos em ambientes inteligentes, responsivos e até empáticos. Foi neste sentido que Elon Musk anunciou a produção de robôs humanoides “genuinamente úteis” para 2025, abrindo a porta ao uso destes na nossa vida diária.

Já todos nós lidámos com eles na indústria cinematográfica, desde as representações mais fantasiosas até às que se aproximam mais da realidade. “Metrópolis“, realizado por Fritz Lang, é uma das primeiras produções a trazer humanoides para o nosso imaginário, associados a uma cidade futurista e distópica.

No presente, os robôs humanoides estão a dar os primeiros passos na transformação das indústrias e da vida quotidiana, impulsionando a automação industrial, os sistemas de saúde e a interação entre humanos e máquinas em múltiplas áreas. Os humanoides, que outrora pertenciam ao reino da ficção científica, estão a tornar-se uma realidade cada vez mais presente. E, por se assemelharem fisicamente, e em termos comportamentais, aos seres humanos, têm o potencial de transformar a forma como vivemos e trabalhamos.

Na arquitetura, a domótica revolucionou a forma como interagimos com os nossos espaços, permitindo o controlo centralizado de iluminação, climatização, segurança e entretenimento, muitas vezes através de dispositivos móveis. No entanto, a incorporação da robótica na arquitetura vai além da automação básica. Os robôs podem desempenhar papéis ativos na manutenção, construção e até na modificação dos espaços – edifícios que se adaptam em tempo real às condições climáticas, ao número de ocupantes e às atividades realizadas são já uma realidade possível graças à robótica.

Com os humanoides podemos imaginar um futuro onde estes não só complementam as funções já automatizadas, como também interagem de forma mais próxima e pessoal, como assistentes, guias, cuidadores e até como elementos centrais na gestão de edifícios, criando uma nova camada de interatividade e personalização nos espaços que habitamos.

Estas inovações oferecem inúmeras oportunidades para melhorar a qualidade de vida, mas também exigem uma reflexão sobre os desafios e implicações subjacentes. Assim, é crucial que arquitetos, engenheiros e designers colaborem com especialistas em tecnologia, ética e sociologia, para garantir que o futuro seja não só tecnicamente avançado, mas também humanizado. Afinal, o objetivo é criar espaços que enriquecem a experiência humana.