Na semana passada, vieram a Lisboa 60 mil pessoas e pelo menos 2 robots para participarem na Web Summit – o encontro digital e tecnológico mais vibrante da Europa, que envolveu 1200 oradores, 2600 jornalistas e 15 mil empresas de mais de 170 países.

Este ano, uma vez mais, o Reino Unido liderou o contingente estrangeiro com mais de 8 mil britânicos presentes.  Entre eles, Matt Hancock, o nosso secretário de Estado para o Digital, que além de dar a conhecer o que de melhor se faz no Reino Unido nos sectores digital e tecnológico, também ficou a conhecer alguns dos melhores exemplos do investimento português em inovação e empreendedorismo, tendo ainda aprofundado os nossos laços bilaterais nas áreas do digital, tecnologia, criatividade e inovação.

Foi uma honra, para mim, acolher muitos desses empreendedores, investidores, mentores e decisores políticos, no nosso stand GREAT Britain e num almoço de networking à margem do evento, e poder testemunhar tanto talento e entusiasmo empresarial entre os participantes.

A Web Summit foi também uma ocasião única para divulgar o que o Reino Unido tem para oferecer em matéria de inovação, clusters, expansão de mercado ou acesso a talento e a capital – elementos essenciais para um sector tecnológico bem-sucedido. Temos orgulho no nosso passado no que respeita à inovação digital: desde os primeiros passos na computação, ao desenvolvimento da World Wide Web, o Reino Unido tem sido um berço para invenções que mudaram o mundo.

Embora Londres continue a ser o palco principal para investimento em tecnologia, no ano passado, mais de 2/3 do investimento britânico em tecnologia ocorreu em cidades como Cambridge, Glasgow, Belfast ou Manchester, aproveitando um enquadramento altamente favorável, nomeadamente 200 incubadoras e 160 programas aceleradores espalhados pelo Reino Unido. E dos 22 projectos apresentados por empresas portuguesas para investirem ou expandirem os seus negócios no Reino Unido – apoiados pela equipa de comércio e investimento da Embaixada –, cerca de 1/3 veio de empresas tecnológicas.

Tudo isto se traduz numa economia líder mundial no sector digital. Em conjunto, as empresas britânicas que produzem e usam o digital intensivamente representam 16% do nosso Valor Acrescentado Bruto e 24% das exportações, e asseguram três milhões de empregos. Temos competências muito fortes em cibersegurança, jogos, serviços digitais no sector financeiro e da saúde, realidade virtual e inteligência artificial, sendo que a IA foi um dos destaques principais da Web Summit deste ano. Ouvir, no palco principal, a robot Sophia dizer que “não quer matar todos os humanos” foi particularmente tranquilizador!

Com isto em mente, que venha a Web Summit 2018!

A autora escreve de acordo com a antiga ortografia.