Perante o pessimismo generalizado que os portugueses derramam habitualmente sobre o seu País, pensei que seria bom assumir um pouco de otimismo sublinhando, de modo, talvez tecnicamente discutível, aquilo que considero serem boas notícias portuguesas. Correndo o risco de me atribuírem a classificação pouco abonatória que, na nossa terra, é, genericamente, atribuída aos otimistas, anoto, em síntese, que:
– A dívida pública foi classificada pela generalidade das agências de “rating” AAA-, situação que não ocorria desde 2011, descendo para menos de 100% do PIB;
– Em 202,3 o País obteve um excedente externo de 2,7% do PIB, o mais elevado desde 2013;
– Apesar da pandemia e do ambiente internacional pouco favorável, Portugal registou, em 2023, a segunda maior taxa de crescimento no quadro da UE;
– Medidas tendentes a minorar a situação económica externa adversa permitiram que Portugal fosse o terceiro País da OCDE em que o rendimento das famílias mais cresceu;
– O PRR, apesar das dúvidas reinantes, pode vir a revelar-se um impulso decisivo para a consolidação do processo de desenvolvimento económico do País;
– Portugal regista o mais elevado valor de sempre de trabalhadores no ativo (cerca de cinco milhões), e continua a recrutar na imigração mão de obra diferenciada e indiferenciada;
– A partir de 2017, o saldo migratório, refletindo a melhoria dos indicadores económicos, tornou-se positivo, estando os imigrantes a contribuir com cerca de 1800 milhões de euros anuais para a Segurança Social, promovendo a sustentabilidade do sistema de pensões;
– Portugal é hoje, na União Europeia, o sexto país em termos de atração de volume de IDE – Investimento Direto Estrangeiro, indicador que perturba o mito de não estarem criadas condições necessárias ao bom acolhimento do investimento privado;
– Enveredámos, no setor das energias renováveis, por investimentos muito significativos que já permitem fornecer, em períodos bem determinados, o total do consumo do País, contribuindo para uma maior autonomia quanto aos combustíveis fósseis;
– O sucesso das Jornadas Mundiais da Juventude sublinha, designadamente, o facto de Portugal ocupar, nos “rankings” internacionais, o quinto ou sexto lugar entre os países mais seguros do mundo;
– A pujança dos setores exportadores permitiu, em 2022, que o valor das exportações atingisse 50% do PIB, contra 27% em 2005;
– Hoje, 48% dos jovens com 20 anos estão no ensino superior quando a média europeia é de 41%. Dos cerca de cinco milhões de trabalhadores ativos que compõem a força de trabalho, em Portugal, cerca de um milhão e setecentos mil têm um curso superior.
E pensava eu, antes de elaborar este texto sintético, que o único setor onde seguimos, sem sombra de dúvida, uma estratégia vencedora era o futebol…