Numa altura em que dezenas de países, dentro e fora da Europa, mantêm a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 em suspenso e a Agência do Europeia do Medicamento (EMA) investiga a segurança do fármaco, a Organização Mundial de Saúde (OMS) vem, esta quarta-feira, para reiterar a confiança na vacina, afirmando que, neste momento, os benefícios superam os riscos e que, por isso, recomenda que o “processo de vacinação continue”.
A afirmação surge numa altura em que o regulador europeu investiga vários casos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com esta vacina. Segundo a “Reuters”, até 10 de março, 30 casos de eventos tromboembólicos foram relatados.
Em comunicado, a OMS refere que está em contacto com a EMA e com os reguladores em todo o mundo para obter as últimas informações sobre a segurança da vacina, e relembra que, outros países do bloco europeu — tendo considerado a mesma informação sobre os episódios de reação adversas — decidiram continuar a utilizar a vacina nos seus programas de imunização.
“A vacinação contra a Covid-19 não irá reduzir doenças ou mortes por outras causas. Sabe-se que os eventos tromboembólicos ocorrem frequentemente. O tromboembolismo venoso é a terceira doença cardiovascular mais comum a nível mundial“, lembra a entidade de saúde mundial.
Por cá, embora Direção-Geral de Saúde e o Infarmed tenham decidido suspender a vacina como medida preventiva, o regulador português divulgou uma nota onde indica que “os benefícios da utilização da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca mantêm-se superiores ao risco, não havendo qualquer alteração às recomendações sobre a sua utilização”.
“Não devemos interpretar exageradamente os números específicos que saem dos testes. São vacinas altamente eficazes, são vacinas que salvam vidas, são vacinas seguras e devemos continuar a administrá-las”, disse Kate O’Brien, diretora do Departamento de Imunização, Vacinas e Produtos Biológicos da OMS, citada pela Reuters.
À semelhança do que disse ontem a EMA, que prometeu conclusões para quinta-feira, também a OMS remeteu “para breve” uma posição sobre os eventuais efeitos secundários da substância da AstraZeneca.
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