A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, participou, juntamente com Polícia Federal do Brasil, na denominada “Operação Descobrimento”, desencadeada nesta terça-feira, 19 d abril, para dar cumprimento simultâneo, em Portugal e no Brasil, a diversos mandados de busca e de detenção. Em causa está uma investigação em curso por tráfico internacional de estupefacientes, tendo sido desmantelada uma rede de narcotráfico que colocou cocaína no avião onde viajou João Loureiro. O JE sabe que em Portugal foi detida uma mulher brasileira, num hotel de luxo da cidade de Lisboa.
“A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, participou, juntamente com Polícia Federal do Brasil, na denominada “Operação Descobrimento” que foi desencadeada no dia de hoje no sentido de dar cumprimento simultâneo, em Portugal e no Brasil, a diversos mandados de busca e de detenção emitidos no âmbito de investigação em curso por tráfico internacional de estupefacientes”, avança a PJ em comunicado.
A PJ adianta que em Portugal foram realizadas duas buscas, uma em residência e uma num escritório, com o objetivo de se proceder à apreensão de documentos, objetos e valores relacionados com os factos sob investigação.
No decurso desta operação, acrescenta, “procedeu-se também à detenção, num hotel de luxo da cidade de Lisboa, de uma mulher estrangeira contra a qual pendia um mandado detenção com eficácia internacional emitido pelas competentes autoridades brasileiras”.
Já em território brasileiro, diz a PJ, foram realizadas 43 buscas em residências e noutros locais, procedendo-se, também, à detenção de diversos indivíduos suspeitos de integrarem “uma vasta e poderosa organização criminosa que se dedicava à remessa, para a Europa, de grandes quantidades de cocaína”.
No ano passado, no quadro desta operação, haviam sido já apreendidos mais de 650 kg de cocaína que foram detetados na fuselagem de um avião de registo português, um Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo.
A 9 de fevereiro de 2021, a Polícia Federal Brasileira descobriu 500 quilos de cocaína escondidos num avião privado que deveria trazer João Loureiro para Portugal e não viajou até Salvador da Baía, de onde deveria partir para Tires, via Cabo Verde. João Loureiro manteve, na altura, que ficou em São Paulo.
O avião pertence à OMNI Aviation Group, uma empresa portuguesa com sede em Porto Salvo, Oeiras, e foi contratado por uma empresa brasileira, fundada em 2017, que presta serviços combinados de escritório e apoio administrativo em São Paulo. A cocaína em causa, recorde-se, estava escondida na fuselagem do avião que foi inspecionado em Salvador da Baía quando tinha por destino o aeródromo de Tires, em Cascais.
No dia 26 de janeiro do ano passado, João Loureiro e Mansur Heredia, espanhol de origem argelina, viajaram de Tires, Cascais, para São Paulo, Brasil, com escala em Cabo Verde e São Salvador da Baía. João Loureiro disse na altura que não conhecia o outro passageiro e que foi convidado a ir ao Brasil por uma firma brasileira que estaria interessada em investir em Portugal e que pretendia usar os seus serviços de consultor. Não revelou o nome da empresa e disse desconhecer a firma que pagou o frete do avião.
Além dos três tripulantes, o manifesto de voo previa vários passageiros: João Loureiro; Mansur Heredia; o jogador do Benfica Lucas Veríssimo; Bruno Geraldes Macedo, empresário que esteve envolvido no regresso de Jorge Jesus ao Benfica; Hugo Cajuda, ex-futebolista e filho do treinador Manuel Cajuda; Bruno Carvalho dos Santos, agente que levou o treinador Abel Ferreira para o Palmeiras e, ainda, o empresário ligado aos vinhos Paulo Jorge Saturnino Cunha.
Segundo a PJ, as investigações prosseguem.
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