[weglot_switcher]

Operação Dynamo: Foi desmantelada primeira fábrica clandestina de produção de tabaco em Portugal

Operação inédita em Portugal culminou no desmantelamento da primeira fábrica ilegal de produção e comercialização fraudulenta de cigarros em larga escala pela GNR, levando à detenção de 13 pessoas de nacionalidade Polaca, Ucraniana, Romena, Russa e Portuguesa. Estimativa de fraude e evasão fiscais ascende a 9,6 milhões de euros.
26 Junho 2019, 10h57

A Unidade de Ação Fiscal da GNR, através do Destacamento de Ação Fiscal de Faro, desencadeou nesta terça-feira, 25 de junho, na zona de Loulé, uma operação policial que resultou na detenção de 13 indivíduos de nacionalidades polaca, ucraniana, romena, russa e portuguesa, e na apreensão de tabaco suficiente para introduzir no consumo cerca de 46 milhões de cigarros.

No âmbito da Operação Dynamo, a GNR revela que desmantelou uma fábrica ilegal de manufaturação de cigarros em larga escala, estimando que a fraude e evasão fiscal, gerada pela produção e comercialização do tabaco produzido na referida fábrica, que tinha como destino o território nacional e países da União Europeia, no montante superior a 9,6 milhões de euros.

Em comunicado, a GNR da conta que a ação desta terça-feira resultou na detenção de 13 pessoas, 12 homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 30 e os 65 anos, de nacionalidades Polaca, Ucraniana, Romena, Russa e Portuguesa.

Segundo a GNR, no âmbito de um inquérito, que decorre há cerca de meio ano e que tem por objeto a investigação de uma organização criminosa internacional, que se dedica à produção e comercialização fraudulenta de tabaco, foi levada a cabo a Operação Dynamo “com o objetivo de proceder ao desmantelamento de uma fábrica ilegal de manufaturação de cigarros em larga escala, levando à detenção dos suspeitos responsáveis pela sua operacionalização”.

Para o efeito, foi dado cumprimento a 14 mandados, dos quais cinco de detenção, sete de busca domiciliária, um de busca à fábrica de manufaturação ilícita de tabaco e um de busca ao armazém utilizado para o depósito da produção ilícita.

Na sequência desta ação, a GNR apreendeu cerca de 15 milhões e 600 mil cigarros produzidos na fábrica, cerca de 17 toneladas de folha de tabaco (daria para produzir cerca de 16 milhões e 800 mil cigarros) e cerca de 14 toneladas de tabaco triturado (daria para produzir 13 milhões 750 mil cigarros).

Foram também apreendidas cinco máquinas utilizadas na trituração de folha de tabaco, manufatura e acondicionamento do tabaco ilicitamente produzido, bem como matérias-primas diversas utilizadas na produção ilícita, como filtros, colas, boquilhas, tubos para cigarros, cartão de maços, celofane, papel de tabaco e caixas para embalar tabaco. E ainda seis viaturas ligeiras e uma arma de fogo.

“Estima-se que a fraude e evasão fiscal, gerada pela produção e comercialização do tabaco produzido na referida fábrica, que tinha como destino o território nacional e países da União Europeia, seja de montante superior a 9 milhões e 600 mil euros”, avança a GNR em comunicado.

Esta operação sinalizada como “inédita em Portugal” culminou com o desmantelamento da primeira infraestrutura de produção massificada de cigarros em território nacional, contando com o apoio e patrocínio da EuropolL e com a colaboração da Polish Border Guard e da Polish Police. Envolveu a participação de 100 militares, da Unidade de Ação Fiscal, da Unidade de Intervenção e dos Comandos Territoriais de Beja, Évora, Faro, Portalegre e Santarém.

Foram ainda constituídos dois arguidos de nacionalidade Grega, com 37 e 60 anos, suspeitos de integrarem este grupo criminoso. Segundo a GNR, um dos detidos tinha um alerta internacional para efeitos de detenção e entrega ou extradição, através do sistema Schengen.

Os detidos serão presentes nesta quarta-feira, dia 26 de junho no Tribunal de Faro, para primeiro interrogatório judicial e para aplicação de medidas de coação.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.