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Operação Míriade. PJ confirma execução de 100 buscas e 10 mandados de detenção

Em causa estão suspeitas de tráfico de diamantes, ouro e droga por parte de militares portugueses nomeadamente comandos e ex-comandos em missões militares ao abrigo da ONU, sobretudo na República Centro Africana (RCA).
  • Mário Cruz/Lusa
8 Novembro 2021, 13h19

A Polícia Judiciária (PJ) procedeu a 100 mandatos de busca, 95 buscas domiciliárias e cinco buscas não domiciliárias e avançou com o  cumprimento de dez mandados de detenção emitidos pelo Ministério Público no âmbito da megaoperação da PJ, “Míriade”. Em causa estão suspeitas de tráfico de diamantes, ouro e droga por parte de militares portugueses nomeadamente comandos e ex-comandos em missões militares ao abrigo da ONU, sobretudo na República Centro Africana (RCA), avançaram, esta segunda-feira, a TVI e a Sic Notícias.

De acordo com a nota divulgada pela PJ, as ordens de busca foram emitidas através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, e com o apoio de várias Unidades da Policia Judiciária e da Autoridade Tributária, juntamente com o juiz de Instrução Criminal e Magistrados do Ministério Público, Carlos Alexandre.

A ação desenvolveu-se na região de Lisboa, Funchal, Bragança, Porto de Mós, Entroncamento, Setúbal, Beja e Faro, contando com a participação de cerca de 320 inspetores e peritos da PJ.

“Está em investigação uma rede criminosa, com ligações internacionais, que se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas, tendo por objetivo o branqueamento de capitais”, lê-se na nota divulgada.

Detido guarda em formação na GNR por suspeitas de tráfico de diamantes em missões militares

Um guarda em formação na Guarda Nacional Republicana foi hoje detido pela Polícia Judiciária por suspeitas de tráfico de diamantes e ouro em missões militares noutros países, como na República Centro-Africana, avançou a GNR.

“Foi detido pela Polícia Judiciária, um guarda-provisório em formação, desde junho de 2021, no 44.º Curso de Formação de Guardas em Portalegre, o qual ingressou na formação proveniente das Forças Armadas”, refere a GNR em comunicado.

A GNR salienta que “mostra total disponibilidade para colaborar com a Polícia Judiciária na investigação em curso”.

A Polícia Judiciária (PJ) confirmou hoje a execução de 100 mandados de busca e 10 detenções no âmbito da Operação Miríade, na sequência de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais e que “se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas”, com vista ao branqueamento de capitais.

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares portugueses em missões na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como “correios no tráfego de diamantes, adiantando que o caso foi reportado em 2019.

Para o EMGFA, “o que está em causa de momento é a possibilidade de alguns militares que participaram nas FND [Força Nacional Destacada], na RCA, terem sido utilizados como correios no tráfego de diamantes, ouro e estupefacientes” e que “estes produtos foram alegadamente transportados nas aeronaves de regresso das FND a território nacional”.

 

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