A francesa Orange e a espanhola MásMóvil avançaram para uma fusão entre iguais que vai criar o segundo maior operador em Espanha, depois da Telefónica e superando a Vodafone.
O jornal espanhol El Economista, revela que ambas as empresas acordaram uma fusão de 50%/50%, o que implicará uma compensação da Orange à MásMóvil.
De acordo com um comunicado conjunto, a nova companhia fica avaliada em 19,6 mil milhões de euros. A operação tem também implicações em Portugal, onde a MásMóvil está presente através da Nowo, segundo a análise da BA&N, “Morning Call”.
Em novembro de 2020, a MásMóvil assumiu o controlo da operadora Nowo, reforçando a sua aposta em Portugal.
O negócio está em destaque na imprensa espanhola. Outro jornal espanhol, o El Confidencial, escreve que a MásMóvil e a Orange finalmente entraram em negociações exclusivas para a fusão de seus negócios na Espanha e que as operadoras estão a considerar uma joint-venture de 19.600 milhões de euros. A entidade resultante fica atrás da Telefónica em receita e capitalização de mercado, mas supera o antigo monopólio em clientes móveis e de banda larga.
A fusão reduz para três o número de companhias no mercado.
O El Confidencial relata que a MásMóvil apresentará os seus resultados em abril, mas tanto esta quanto a Orange já adiantaram detalhes do negócio combinado esta terça-feira. Como explicam em comunicado, a empresa resultante da fusão terá cerca de 7.500 milhões de receita, abaixo dos 12.417 milhões de euros que a Telefónica Espanha revelou para o final de 2021 há algumas semanas. O incumbente tem uma capitalização bolsista de 23.000 milhões de euros, pelo que continuaria também a reinar em termos de valorização bolsista.
Mas a empresa resultante da fusão entre a MásMóvil e a Orange liderará o mercado em termos de clientes. Juntos, alcançariam 7,1 milhões de clientes de banda larga, superando os 5,96 milhões da Telefónica. Em linhas móveis, as duas empresas somarão 20,2 milhões, superando assim os 18,98 da operadora presidida por José María Álvarez-Pallete, refere o El Confidencial.
O El Economista cita fontes para revelar que o CEO da empresa será Meinrad Spenger, atual CEO da MásMóvil, e será quem vai liderar a empresa resultante da fusão rumo a uma Oferta Pública de Venda em bolsa (IPO) no horizonte de 2025, sempre dependendo das condições de mercado.
Os dois grupos de telecomunicações preveem acordar todos os termos da fusão antes do próximo Verão e formalizar a união no segundo trimestre de 2023, sujeito à aprovação das autoridades administrativas, regulatórias e de concorrência competentes.
Segundo o El Economista, a entidade resultante, que assumirá a forma de joint-venture, será controlada em 50% pela Orange e pela MásMóvil, com uma avaliação da Orange Espanha de 8.100 milhões de euros (7,5 vezes o EBITDA em 2022), enquanto a avaliação da Másmóvil (incluindo a Euskaltel ) é de 11.500 milhões de euros (9,9 vezes o EBITDA de 2022). Pelo que a Orange terá que compensar a MásMóvil para equilibrar o valor do negócio.
Tanto a Orange quanto a Lorca JVCO, empresa que controla o grupo MásMóvil, esperam ter direitos de voto idênticos na futura teleco, revela o mesmo periódico.
Ao contrário da fusão com a Orange, uma consolidação do grupo MásMóvil com a Vodafone Espanha, que chegou a estar em cima da mesa, poderia resultar na redução do número de operadores em Portugal.
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