[weglot_switcher]

Orçamento das empresas em I&D cresce anualmente

Gerir adequadamente o orçamento anual para I&D tem sido uma preocupação maior dos empresários portugueses. Das tecnológicas às ‘utilities’, os líderes procuram criar parcerias com as universidades, desenvolver novos produtos e exportar.
2 Novembro 2019, 18h00

1 – Como tem evoluído o orçamento para i&d na empresa?

2 – De que forma a aplicação desse montante em projetos concretos permitiu melhorias operacionais?

 

 

Luís Saramago, Diretor de Marketing da Renova

 

Estratégia de diferenciação

Sendo a inovação a base da estratégia de diferenciação da marca Renova, consideramos que o investimento em tempo, pessoas e recursos tem aumentado, no sentido de conseguirmos desenvolver produtos e soluções que respondam de forma mais adequada às expectativas dos cidadãos. Como exemplo de evolução orçamental para a inovação, em 2017, a Renova investiu 36 milhões de euros na compra da Máquina de Papel nº7, um projeto tecnologicamente inovador e pioneiro na Europa, que permitiu fabricar um novo tipo de papel estruturado 4D e aumentar em 50% a capacidade de produção da empresa. O investimento em inovação reforça a diferenciação, define posicionamento da marca e por consequência cria oportunidades de negócio.

 

 

Luís Alveirinho, Chief Technology Officer da Altice Portugal

 

Tecnologia de excelência

Os conceitos de investigação e inovação estão no código genético da Altice Portugal, o que lhe permitiu recentemente, e pelo segundo ano consecutivo, ser reconhecida como a empresa que mais investiu, durante o ano de 2018, em Investigação, Desenvolvimento e Inovação a nível nacional, num total de mais de 86 milhões de euros, o dobro do segundo maior investidor deste ranking da DGEEC (Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência). Prova da relevância que a investigação e a inovação têm na atuação da Altice Portugal é também o facto de ter protagonizado, entre 2015 e 2018, um investimento superior a 300 milhões de euros exclusivamente em I&D. Tem vindo a verificar-se ao longo dos anos um aumento significativo do orçamento da Altice Portugal exclusivamente alocado à Inovação, Investigação e Desenvolvimento, sendo que este valor quase dobrou no espaço de apenas três anos. O motivo para este investimento está intimamente ligado a um dos principais pilares estratégicos da Altice Portugal: inovação tecnológica de excelência. Este é, aliás, um dos fatores distintivos da postura da Altice Portugal no mercado e que em muito contribui para a sua liderança. O desenvolvimento tecnológico colocando a inovação ao serviço das pessoas e das empresas são passos que a Altice Portugal continuará a dar já que os mesmos são cruciais para a qualidade de vida dos portugueses e para o desenvolvimento económico do país. Com a instituição do Prémio de Inovação – Altice International Innovation Award – que vai para a terceira edição e que atribui o maior valor monetário para startups e projetos de mestrado ou doutoramento, a criação da possibilidade de se poderem fazer provas de conceito na Altice e poder usar a rede comercial para a divulgação dos produtos vencedores, é um claro fator de apoio à investigação e inovação nacionais.

 

 

Emanuel Serrano, Membro da Comissão Executiva da Compta

 

Colaboração com a academia

O Grupo Compta tem realizado investimentos significativos em I&D, que têm crescido ao longo dos últimos cinco anos, conforme pode constatar-se no último relatório da DGES, e têm sido fundamentais para a transformação do posicionamento do Grupo Compta no mercado. Temos criado áreas prioritárias de investimento como é o caso das Cidades Inteligentes com a nossa linha de Produtos Bee2, da Investigação Criminal, das plataformas rápidas de desenvolvimento, das metodologias Agile e da IoT. Sendo que no último ano apostamos num forte investimento em AI. Abrimos o Grupo Compta a iniciativas de inovação internas e externas com a nossa Plataforma Lusídeias, e investimos na colaboração com várias universidades em diversas áreas. Temos hoje, por isso, uma cultura mais aberta e mecanismos de controlo de risco muito mais apurados que nos permitem melhor capitalizar estes investimentos. Estes investimentos têm sido estruturantes no desenvolvimento da nossa atividade. Estamos hoje sem qualquer dúvida mais preparados pois dominamos áreas emergentes relacionadas com a internet das coisas e a inteligência artificial, somos procurados pela nossa capacidade disruptiva e somos líderes em diversos mercados verticais. Temos tido a honra de ganhar diversos prémios nacionais e internacionais nestas áreas, o que comprova também a nossa liderança e capacidade de entrega nestas áreas emergentes, complexas e onde temos já soluções e produtos concretos para entregar ao mercado. Todo este investimento tem criado um capital interno de inovação que se espelha em novas metodologias e ferramentas de trabalho e numa cultura de constante desafio e procura por melhores e mais inovadoras soluções, com o máximo de PI Compta.

 

 

Nuno Silva, Diretor de Tecnologia & Inovação da Efacec

 

Valor acrescentado ao cliente

Dizemos que a inovação tecnológica faz parte do ADN da Efacec. De facto, há 71 anos que a Efacec foca a sua atividade e oferta na busca de soluções e serviços tecnológicos diferenciadores e de elevado valor acrescentado para os clientes. No entanto, a forma de gerir o investimento em inovação nem sempre terá sido o mais sistemático ou accountable, mas sempre foi dando resultados positivos, uma vez que o foco estava bem definido. Entretanto, a necessidade de um constante pensamento diferenciador e adaptado às novas necessidades do mercado, ao mesmo tempo alavanca as competências internas, faz com que o processo de Gestão de Tecnologia e Inovação seja atualmente transversalizado e tenha um conjunto de indicadores que permitem medir de forma transparente e sistemática a intensidade tecnológica da Efacec, permitindo mensurar a forma como a nossa estratégia tecnológica é executada. Possibilita ainda perceber a tendência crescente na aposta e investimento em Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (IDT) consubstanciada pelo aumento de mais de 20% entre 2017 e 2018 e perspetivando um aumento da mesma ordem para 2019 com o objetivo de superar 3.5% do volume de faturação total da Efacec. Este investimento em I&D vem suportar e gerar ainda mais know-how nas nossas pessoas que demonstram a sua excelência e motivação sempre que participam nos projetos que têm impacto no futuro. É destes mais de 40 projetos atualmente em curso, oriundos do nosso Roadmap Tecnológico e que antecipam necessidades de mercado e tendências tecnológicas, que resultam os nossos produtos, sistemas e serviços além de melhorias de eficiência em processos e soluções do nosso portefólio ou até em acréscimos funcionais.

 

 

António Vidigal, Administrador da EDP Inovação

 

Forma de atingir metas

A EDP tem feito uma aposta crescente em Inovação, tendo investido nesta área mais de 210 milhões de euros nos últimos quatro anos. Só no ano passado, foram canalizados mais de 75 milhões de euros para esta área, sem contar com a carteira de 72 milhões de euros para gerir na atividade de Corporate Ventures, que tem como objetivo criar um ecossistema vibrante de startups inovadoras. Este duplo investimento em inovação do grupo EDP já permitiu apoiar dezenas de empresas promissoras que estão a desenvolver soluções determinantes para o futuro mais digital e sustentável que todos procuramos. Com esta aposta, conseguimos ajudar a alavancar o negócio destas startups, que têm um montante total de vendas que supera os 100 milhões de euros e que já geraram mais de 800 postos de trabalho. A estes valores, é preciso ainda somar a aposta reforçada da EDP na digitalização de processos: na relação com os clientes, na gestão dos seus ativos e nos próprios processos internos. Para concentrar este esforço, foi criada uma Digital Factory com o intuito de aumentar as iniciativas digitais do grupo, minimizando tempos de implementação. Para suportar esta nova abordagem ao digital, a DGU foi dotada de um orçamento adicional de 10 milhões de euros. A EDP tem o objetivo ambicioso de, até 2030, produzir 90% da energia a partir de fontes renováveis, como a água, o vento e o sol, instalar 4 milhões de painéis fotovoltaicos distribuídos, ter 1 milhão de clientes de mobilidade elétrica e 100% dos clientes servidos por redes inteligentes. Para alcançar estas metas com que nos comprometemos em março deste ano, o grupo está a reforçar o investimento em inovação.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.