Façamos um exercício de imaginação, e pensemos no setor logístico como um grande navio que navega pelos mares da economia global. Para se manter à tona, esta embarcação necessita de um bom navegador, capaz de realizar uma transformação eficiente, impulsionada pelos ventos da evolução do mercado, pelos avanços tecnológicos e pelos novos hábitos de consumo.

Atualmente, o setor logístico representa cerca de 10% da economia nacional. De acordo com a Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL), espera-se que, até ao final de 2024, o setor venha a registar um aumento de 7% no volume de investimento. Porém, a escassez de mão de obra, o aumento dos custos de transporte e as restrições regulatórias de acesso às cidades são desafios a superar.

A procura supera largamente a oferta, pelo que a qualidade e disponibilidade da informação têm um papel cada vez mais crítico neste setor, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. É neste ponto que se torna fundamental pensar em investimento tecnológico.

De acordo com o estudo IDC FutureScape – AI Trends Reshaping Digital Landscapes, publicado em maio, os gastos com tecnologia digital das organizações portuguesas deverão crescer em 2024 cerca de 15% no mercado nacional, ou seja, sete vezes mais do que a economia, impulsionados à procura de modelos de negócio e mais capacidades digitais. IA, cloud e cibersegurança irão liderar as prioridades de investimento.

IA como chave para a evolução no setor da logística

O estudo IDC FutureScape, acima referido, prevê que o investimento em inteligência artificial deverá ultrapassar os 100 milhões de euros em 2024 em Portugal. E que, entre 2023 e 2027, esta tecnologia registe um crescimento anual de 25%. Perante estes números, e face às situações críticas descritas anteriormente, é evidente que a Inteligência Artificial, o Machine Learning e o Data Analytics terão um papel de pivot na resposta do setor logístico às necessidades da economia.

Ao capturar e analisar grandes quantidades de dados, através de Big Data e Data Analytics, é possível utilizar a Inteligência Artificial e o Machine Learning para identificar e replicar padrões e procedimentos, de forma a facilitar o trabalho manual e aumentar a eficiência do processo logístico. Estes avanços permitem automatizar tarefas através de fluxos de trabalho, reduzindo assim o tempo dedicado a determinados trabalhos repetitivos e otimizando custos ao longo de toda a cadeia de abastecimento.

A Inteligência Artificial Generativa (GenIA), por sua vez, é tendência na gestão logística que está a revolucionar as operações de armazém. Esta destaca-se pela capacidade de processar grandes volumes de dados, superando as limitações anteriores da aprendizagem automática.

Agentes digitais decisivos nas tarefas diárias  

Mencionou-se no início deste artigo que a escassez de mão de obra e as crescentes exigências de uma procura em expansão eram caraterísticas do atual ecossistema da logística em Portugal. Com a IA generativa, os trabalhadores do setor logístico e industrial podem contar com o apoio de autênticos assistentes digitais para realizarem as suas tarefas diárias, como a gestão de encomendas ou a análise de dados e financeira da empresa.

Na prática, a IA atua como facilitadora da eficiência nos armazéns logísticos, prevendo padrões de procura e otimizando estratégias de stock para evitar excessos ou faltas. Além disso, através da análise preditiva, a IA Generativa antecipa falhas de equipamento, permitindo a manutenção proativa e evitando paragens não planeadas.

Tecnologia ao serviço da logística, rumo a resultados 

O sucesso dos negócios depende da integração destas tendências tecnológicas na estratégia empresarial, principalmente no caso das Pequenas e Médias Empresas (PME). Nesse sentido, contar com um ERP inteligente e específico para o setor, dotado de mecanismos de inteligência artificial, pode ser um fator que dita a diferença entre continuar a liderar na era digital ou naufragar. Ao optar por um sistema de gestão inteligente que automatize as operações logísticas e garanta uma gestão integrada no mesmo sistema, as empresas posicionar-se-ão na vanguarda do setor, ganhando velocidade nas suas operações.

Isto é crucial para que as empresas tomem decisões eficientes, ágeis e baseadas em dados. E as soluções tecnológicas permitem exatamente isso, através do acesso indicadores-chave de desempenho personalizáveis, que melhoram a visibilidade e orientam os utilizadores até à origem da informação.

Como qualquer capitão experiente sabe, chegar a um porto de sucesso exige preparação, agilidade e capacidade de adaptação a qualquer imprevisto. E estes navegadores, os agentes digitais, devem integrar uma tripulação que se queira destinada ao sucesso.