O sector TMT é o motor da inovação tecnológica que tem capacitado a transformação digital das organizações e da economia. Como resultado, atualmente, grande parte das empresas com maior valor de mercado são de base tecnológica, como é o caso da Google ou a Amazon.
Atravessamos hoje um momento chave para todo o sector, com o advento do 5G, que exige e irá exigir um elevado investimento em infraestruturas e em espectro, principalmente por parte das empresas de telecomunicações, e uma estratégia focada no desenvolvimento de novos produtos e serviços digitais, com base no 5G, em grande medida, liderada por empresas de base tecnológica.
O 5G, marca o início de uma nova revolução digital, dado que vem elevar o padrão da comunicação de dados em mobilidade, sendo esperado que seja o acelerador do IoT (Internet of Things), que irá permitir transformar de forma efetiva a forma como todos vivemos, capacitando a condução autónoma, a utilização generalizada de soluções de cuidados de saúde à distância, ou uma melhor gestão de redes energéticas e de transportes.
Os desafios contudo, são inúmeros, principalmente para as empresas europeias do sector. Em primeiro lugar porque o forte investimento requerido tem também uma forte dose de incerteza associado, e o mercado de capitais, que outrora estaria disposto a aguardar por resultados por conta de investimento em novas tecnologias, tem-se tornado mais impaciente. Em segundo lugar, pela concorrência, de gigantes tecnológicos Americanos e Chineses, bem como por startups, fortemente financiadas por fundos de sociedades de capital de risco.
Em terceiro lugar, e por último, pela exigência do contexto regulatório, tanto ao nível da regulamentação da proteção de dados, como, e principalmente pela incerteza quanto à tributação dos serviços digitais, que tem vindo a ser debatida nas instituições europeias e cuja discussão envolve a possível tributação dos lucros (de atividades digitais) gerados em cada Estado Membro, mesmo quando uma empresa não tenha aí presença física. O que para além do potencial impacto fiscal, acarretará um esforço adicional na gestão da função fiscal das empresas.
A competitividade das empresas europeias do sector no novo contexto do 5G, deve passar por uma estratégia de investimento próprio e em parceria que lhes permita desenvolver portefólio de produtos e serviços à prova de futuro, pela criação de novas capacidades de gestão operacional e da função fiscal para garantir uma maior eficiência e fluxo de tesouraria, de forma a gerar retorno acionista e mitigar risco (de incerteza de mercado e fiscal).