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Os mares na lua têm som?

Detanico Lain: duas pessoas, um autor. Assim se tem mostrado ao mundo a dupla de artistas brasileiros finalista do Prix Duchamp 2024, que agora expõe “Jardim Infinito” na Galeria Vera Cortês.
11 Abril 2025, 19h30

Angela Detanico e Rafael Lain conheceram-se no tempo do liceu. Tinham 18 anos, diz Rafael ao JE, quando descobriram que havia “uma grande vontade de trabalhar juntos”. Desde 1996 que isso acontece, mas só em 2002 é que “esse artista” que existe “entre os dois”, graceja Angela, se afirmou. Desde então, este singular coletivo não mais parou, entrelaçando a investigação científica e literária de sistemas de representação.

A professora de Linguística e Semiótica e o designer fundem-se em Detanico Lain para explorarem “a escrita do tempo, do espaço, da memória e do infinito”. Objetivo? Questionar o principal papel da linguagem numa abordagem permeável a certos sincretismos da cultura japonesa, ao vazio, aos nomes das estrelas, à cosmologia e à história das ideias.

Um jardim é um microcosmos
De quê? Ritmos, regras, tempos. “Dentro dos seus limites projetamos o que não está lá. Ondas nas pedras, mares na lua”. A exposição, patente até 3 de maio na Galeria Vera Cortês, em Lisboa, ecoa a residência que a dupla de artistas fez em Quioto, no Japão, “um lugar muito importante para nós e uma grande referência”, explica Rafael num tom sussurrante. Uma sonoridade redonda enche a sala sem se impor. Convoca os sentidos e a abstração para, depois, pousarmos o olhar nas obras que ora no chão, ora na parede comunicam com o visitante.

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