A proximidade a Lisboa, a tranquilidade, a natureza e a beleza das praias têm sido os requisitos para que Troia seja, na última década, o destino de verão da minha família.
A região, conhecida pela sua beleza natural e tranquilidade, enfrenta agora o desafio de equilibrar o desenvolvimento económico com a preservação ambiental, tudo isso enquanto lida com a pressão para modernizar e expandir as suas infraestruturas básicas, que permitam acomodar o crescente fluxo de turistas e novos residentes. É um esforço exigente, mas realizável.
Nos últimos anos, temos assistido ao aumento significativo de investimentos imobiliários na região. Porém, é necessário preparar o território para o futuro sem comprometer seu caráter único.
No eixo Troia-Melides há projetos para mais 20.000 camas. Isto parece-me muito positivo para que Portugal possa aumentar a sua oferta de qualidade turística, mas desde que se respeite as populações locais, que haja investimento nas infraestruturas necessárias e que a sustentabilidade ambiental seja uma marca positiva (e efetiva!) de todos estes novos projetos.
Para acompanhar o ritmo dos novos empreendimentos turísticos, autoridades e investidores estão a concentrar esforços em ampliar e modernizar as infraestruturas existentes. A prioridade está claramente nas melhorias substanciais em matéria de acessibilidade, saneamento e fornecimento de energia.
O equilíbrio entre o desenvolvimento imobiliário e a sustentabilidade ambiental nem sempre são fáceis de alcançar. E é evidente que os investimentos em resorts, hotéis de luxo e complexos residenciais estão a transformar a paisagem de Troia e da Comporta, mas também é justo reconhecer que os projetos que estão em execução têm elevada qualidade arquitetónica e sensibilidade ambiental.
Não tenho dúvidas de que existe uma preocupação dos promotores imobiliários e das autoridades locais em desenvolver projetos que utilizem fontes de energia renovável e que tentem preservar ao máximo a pegada ambiental.
No plano social, o crescimento rápido está a transformar as comunidades locais. O efeito do aumento de turistas e de novos residentes tem levado a um aumento no custo de vida, especialmente no preço de imóveis e dos bens de consumo. Para as populações locais, isso resulta em dificuldades para manter o seu estilo de vida tradicional e uma necessária adaptação às novas realidades económicas, mas, por outro lado, também abre a porta a novas oportunidades de trabalho e de negócio.
O turista e o investidor no eixo Troia-Melides exige um padrão de qualidade e de serviço que tem de estar compatível com os preços praticados. A aposta na formação profissional, mais oferta de restauração e a diversificação de animação turística com qualidade devem ser outra das prioridades dos investidores.
Duas áreas onde as autoridades locais não vão poder descurar são os investimentos em educação e saúde. Hoje, as respostas nestas duas áreas estão muito aquém das necessidades presentes e naturalmente desadequadas das exigências futuras.
Se o percurso do desenvolvimento e do investimento forem bem feitos, Troia e Comporta têm a oportunidade de se tornar modelos de desenvolvimento turístico sustentável em Portugal: a região pode continuar a crescer, atraindo investimentos e visitantes, enquanto protege seu meio ambiente e melhora a qualidade de vida de seus residentes.
A chave para o sucesso estará em manter um equilíbrio delicado entre progresso e preservação, garantindo que Troia e Comporta possam florescer por gerações futuras.